[Texto de autoria de Márvio dos Anjos publicado no jornal DESTAK em 25.04.2014]
O termo "pacificação" se consagrou, mesmo representando mais um desejo do que um fato. Houve redução da criminalidade em certas áreas da cidade. Mas ainda temos casos como o do bailarino DG, morto pelas costas no Pavão-Pavãozinho.
À lúcida mãe de DG, quem poderá falar que o morro está pacificado?
Precisamos lidar com o fato de que essas comunidades ocupadas vivem em estado de sítio. O sucesso seria que elas se transformassem em bairros, que tivessem vida de bairros, e não a impressão de uma normalidade patrocinada por uma contenção armada de fuzis.
O sempre ponderado secretário de Segurança José Mariano Beltrame jamais vendeu sua pacificação como milagrosa, mas já é tempo de vermos que o resultado da ocupação militar ainda não é paz, não efetuou prisões suficientes - o que fez os traficantes migrarem para outras regiões, como Niterói e a Baixada - e não merece o termo consagrado.
Não seria leviano a ponto de condenar totalmente a implantação das UPPs porque se trata do único programa que realmente diminuiu os índices de criminalidade. Mas a vida não se conta só por números. Histórias como a de DG mostram que a polícia ainda sobe um morro pacificado pronta para a guerra, num desmentimento categórico dessa paz armada.
POST-SCRIPTUM:
Pacificação ou ocupação militar? Estamos em guerra civil?
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