sexta-feira, 28 de março de 2014

A VAGUIDÃO ESPECÍFICA


[Texto de autoria de Millôr Fernandes, publicado originalmente em O CRUZEIRO/1956 e republicado em "Amostra Bem-Humorada" pela EDIOURO PUBLICAÇÕES S.A. de 1997]


   "As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica."
Richard Gehman


- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.

- Junto com as outras? 

- Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.

- Sim senhora. Olha, o homem está aí.

- Aquele de quando choveu?

- Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.

- Que é que você disse a ele?

- Eu disse pra ele continuar.

- Ele já começou?

- Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.

- É bom?

- Mais ou menos. O outro parece mais capaz.

- Você trouxe tudo pra cima?

- Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.

- Mas traga, traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.

- Está bem, vou ver como.


POST-SCRIPTUM:

Millôr é mesmo o cara! Que me desculpem as feministas - até porque não são apenas as mulheres que falam assim de vez em quando - mas esse texto é de 1956! Mais exemplos desse humor genial brevemente...



POLUIÇÃO



[Publicado no jornal DESTAK em 11.04.2011]


Ratos de laboratório expostos à poluição do ar causada por automóveis tiveram danos cerebrais semelhantes à perda de memória e à doença de Alzheimer. Foi o que demonstrou uma pesquisa realizada nos EUA.

Cientistas recriaram os poluentes que vêm da queima de combustíveis fósseis e expuseram ratos ao ar poluído por 15 horas por semana durante dez semanas.

As pequenas partículas de ar tinham o tamanho de 1 milésimo da largura de um cabelo humano, sendo muito pequenas para serem retidas pelo sistema de filtro dos automóveis. No entanto, exerceram danos consideráveis nos cérebros dos ratos expostos, informou o estudo. 

Cientistas concluíram que a exposição resultou em um "dano significativo" para os neurônios envolvidos na aprendizagem e na memória, e eles detectaram "sinais de inflamação associados ao envelhecimento precoce e a doença de Alzheimer".

Mais pesquisas são necessárias para determinar se os mesmos efeitos podem ser vistos em humanos. "É claro que isso leva à questão: 'como podemos proteger os moradores das cidades desse tipo de toxidade?'. Isso ainda não é sabido", concluiu o autor do estudo, Caleb Finch.


POST-SCRIPTUM:






Vamos aderir à bicicleta e ao transporte público e deixar o carro em casa minha gente!