sábado, 15 de março de 2014

A CONTRACULTURA E O CINEMA AMERICANO



[Texto de autoria de PETER BISKIND, autor do livro 'COMO A GERAÇÃO SEXO-DROGAS-E-ROCK'N'ROLL SALVOU HOLLYWOOD']

Em meados dos anos 1960, os estúdios americanos não estavam indo bem. Os filmes tinham um público cada vez menor. Simplesmente não conseguiam se comunicar com a juventude daquela época. Afinal de contas, eles eram produzidos por pessoas de 60 anos ou mais que não compreendiam o comportamento da rapaziada. A contracultura era algo que os horrorizava.




Pessoas bêbadas, drogadas e violentas como Dennis Hopper, na época com 20 e poucos anos, os assustavam. E foi justamente um filme dirigido por Hopper, 'Sem Destino' (Easy Rider), que deu novo fôlego ao cinema ianque. De repente, essa geração de rebeldes começou a ingressar nas escolas de cinema e a fazer filmes. O público adorava. Os estúdios não tiveram outra opção a não ser abraça-los.


Gente como Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Warren Beatty, Peter Bogdanovich e Robert Altman tinha uma atitude diferente da dos velhos produtores. Não queriam fazer filmes óbvios, se recusavam a filmar em estúdios, estavam cansados das composições perfeitas, iluminação e artificialidade. Mesmo os atores dessa época eram diferentes. Saíam de cena os anglo-saxões perfeitos, entravam os atores étnicos como Robert De Niro, Al Pacino e Dustin Hoffman.


As drogas foram uma parte importante dessa cultura. Enquanto todos os pais tomavam álcool, a juventude fumava maconha. Os cineastas diziam que a erva aumentava sua criatividade e sensibilidade artística. Depois de um tempo, a cocaína virou a droga principal em Hollywood. Ela dava energia, podiam filmar a noite toda. Foi o começo do declínio dessa geração. Na década de 80, quando finalmente perceberam o quanto a droga era perigosa, todo mundo já estava usando. Teve um efeito terrível entre os cineastas. 




Quanto mais essa geração dava certo mais Hollywood lucrava. Os lançamentos eram cada vez maiores. Foi aí que outros dois expoentes dessa geração, George Lucas e Steven Spielberg, começaram a liderar uma contra-revolução. 'Tubarão' e 'Star Wars' fizeram tanto dinheiro, tiveram tanto público, licenciaram tantos produtos, que os estúdios não quiseram mais fazer filmes contraculturais. Tinha início a era dos blockbusters, com investimentos astronômicos, muita propaganda e efeitos especiais.

 

O tipo de filme que está hoje nos cinemas é resultado das portas que a contracultura abriu em Hollywood. Os grandes diretores do cinema mataram os filmes autorais. Se hoje você vai a um multiplex, põe o óculos 3-D e assiste a duas horas e quarenta e cinco minutos de efeitos especiais estonteantes, é porque lá, nos anos 60, uns hippies tiveram a coragem de tirar os filmes das mãos dos produtores e bater de frente com os estúdios.

Só que Hollywood ganhou a guerra.  




POST-SCRIPTUM:

É isso aí, bicho!


PARALISIA



[Publicado no jornal O DIA em 19.02.2014]


Uma pesquisa realizada em Boston (EUA) fez com que um macaco controlasse movimentos de outro pelo pensamento.

Os pesquisadores conectaram o cérebro do animal principal à espinha do outro através de uma prótese. A experiência é uma boa notícia para pacientes com paralisia. 

O objetivo é usar a atividade cerebral para controlar o próprio membro paralisado da pessoa com deficiência. O estudo foi publicado na 'Nature Communications'.


POST-SCRIPTUM:




Notícia legal esta. É o futuro se materializando no presente para trazer esperança no tratamento de pessoas que sofrem de paralisia. Parabéns a estes pesquisadores. E aos macacos.




VIDEOGAMES




[Publicado no jornal O DIA em 19.02.2014]


Jogos eletrônicos podem fazer bem a jovens. A conclusão é da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS). Em testes, verificou-se que 'games' desenvolveram a habilidade do cérebro, como a percepção de contraste, útil para quem dirige à noite.

Ao contrário do que se pensava, a diversão pode tratar uma deficiência visual chamada ambliopia, que causa a perda de visão de profundidade. Jogos de ação tiveram os melhores resultados.


POST-SCRIPTUM:

Taí mais um motivo para infindáveis discussões. Nada contra os videogames, mas tem uma molecada por aí que exagera na dose e esquece da vida.