Anteontem (08 de março) foi o Dia Internacional da Mulher e, antes de tudo, quero me desculpar com todas elas por esta homenagem ligeiramente atrasada...
Porém, como dizem, antes tarde do que nunca, e, sem receio de parecer clichê, aproveito a oportunidade para agradecer a todas elas por existirem, principalmente àquelas que tiveram uma importância diferenciada em minha vida, de uma forma ou de outra; mas mais especialmente, às várias mães dos meus vários filhos e, correndo o risco de soar mais clichê ainda (tudo bem, hoje estou surpreendentemente generoso e tolerante comigo mesmo...), acima de todas elas, a única mulher que sempre me aturou e ainda me atura até hoje: a minha mãe.
Portanto, dentro deste espírito de generosidade e tolerância que me envolve (mas sem frescura, hein!), resolvi transcrever um trecho do livro “ÁGAPE”, de autoria do padre Marcelo Rossi – que, vejam vocês, minha querida mãezinha me ‘intimou’ a ler (brincadeira, só pediu com muito carinho e eu não me arrependo nem um pouco de tê-la atendido) – e que tem a ver com a data em questão:
“Há uma linda história de mulheres em ‘O Livro das Virtudes II’, de William Bennett, que conta um fato acontecido na Alemanha, na Alta Idade Média. Foi no ano de 1141. Wolf, duque da Bavária, estava cercado em seu castelo, sitiado pelos exércitos de Frederick, duque da Suábia, e de seu irmão, o imperador Konrad.
O cerco vinha de muito tempo e não havia mais nada para ser feito. Wolf resolveu se entregar ao pior de seus inimigos. As mulheres desses homens, entretanto, resolveram enviar uma mensagem a Konrad, pedindo ao imperador um salvo-conduto para elas. Que saíssem do castelo sem nada sofrer e que fossem autorizadas a levar todos os bens que pudessem carregar.
A permissão foi concedida, e os portões do castelo se abriram. As mulheres foram saindo, trazendo uma estranha carga. Não era ouro. Não eram jóias. Não eram pedras preciosas nem vestes ornamentadas. Cada uma vinha curvada com o peso do marido na esperança de salvá-los da vingança do vitorioso.
Diz a história que Konrad, homem bom e piedoso, se comoveu com a linda história de amor. Chorou diante daquela atitude extraordinária e garantiu às mulheres e aos maridos liberdade e segurança. Convidou todos para um banquete e celebrou a paz com o duque da Bavária.
Desde então, o monte de castelo passou a ser chamado de Monte de Weibertreue, que quer dizer ‘lealdade feminina’. Há muitas histórias semelhantes que mostram que não é o ódio que tem o poder de combater o ódio, mas o amor.”
Novamente: OBRIGADO, MULHERES!
POST-SCRIPTUM:
De acordo com pesquisa realizada pela professora de pós-graduação em História Social da USP Maria Regina da Cunha Rodrigues Simões de Paula a primeira mulher diplomada no Brasil foi a médica Rita Lobato Velho Lopes (1867-1960). Segundo pesquisa, com os impedimentos existentes na época, Rita Lobato só pode iniciar seus estudos depois que o imperador D. Pedro II assinasse um decreto-lei. É mole?