quarta-feira, 21 de abril de 2010

CLAUDIO ULPIANO




































No final dos anos 70, um certo professor barbudo e meio maluco pulou os muros acadêmicos e levou a filosofia para a sala de estar. O nome dele era Cláudio Ulpiano, pensador de primeiro time e principal divulgador do ideário de Gilles Deleuze no Brasil. Sem cerimônia e sem compromissos formais, Ulpiano começou a ensinar filosofia a hordas de cariocas que passaram a segui-los pelos quatro cantos da cidade. Ele não tinha um endereço certo para dar aulas: ora reunia grupos na sua própria casa, ora em espaços públicos emprestados, ora na sala de algum dos seus alunos. Em 1999, Ulpiano morreu, deixando para trás muitos órfãos, entre eles apaixonados confessos como a atriz Cláudia Abreu e o cantor Paulinho Moska.

Ulpiano era fluminense de Macaé. Nasceu em 1932 e foi criado na Tijuca. Ainda na infância, começou a flertar com a filosofia, graças à vasta biblioteca de seu pai - ele leu "O Banquete", de Platão, aos 10 anos. Era, essencialmente, um autodidata. Sua formação acadêmica só aconteceu mais tarde, em meados dos anos 70. No final da década, ele virou professor da UERJ e da UFF. E, ao mesmo tempo, iniciou os famosos grupos de estudo, que reunia toda a sorte de gente, de intelectuais a estudantes. Já no primeiro contato com o futuro marido, Sílvia teve certeza de que ele se tornaria um mestre, um guru. E assim foi. Segundo os amigos, ela tocava a parte prática da vida de Ulpiano, enquanto o filósofo se entregava a quatro coisas: pensar, ensinar, fumar e beber muito café.

(Texto de autoria de Karla Monteiro – Extraído do blog: ‘Ensinando a Filosofar’)



POST-SCRIPTUM:




PENSAMENTO, LIBERDADE E A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA

O professor Cláudio Ulpiano explica a articulação entre os conceitos de 'pensamento' e 'liberdade' segundo o filósofo do séc. XVII Baruch Spinoza (partes I e II). A seguir faz uma exposição sobre a estética da existência na Grécia dos séculos V e IV A.C.