quinta-feira, 7 de maio de 2009

A ELOQUÊNCIA DO SILÊNCIO E O PODER DO SÍMBOLO



























Ao longo da história do pensamento, uma cisão conceitual foi estabelecida com o intuito de dar conta da complexidade existencial humana, notadamente a divisão mais ou menos natural entre o que se convencionou chamar de corpo, mente, alma e espírito (ou outros termos similares) enquanto correlatos para a ação, a reflexão, a emoção e a intuição, independente de como cada um os interprete.

Segundo os ensinamentos do zen-budismo e do taoismo, tal distinção seria, até certo ponto e em mais de um sentido, apenas aparente e ilusória, na medida em que pudermos entende-la, penso eu, como a manifestação de aspectos meramente parciais de um mesmo evento (grosso modo, como os lados de um quadrado) que, quando submetido às regras do discurso, perde muito da eloquência que o silêncio lhe empresta, uma vez que transcende dialeticamente, por exemplo, os argumentos tradicionalmente utilizados na guerra ideológica entre as ciências naturais e as religiões organizadas.

Entretanto, até o silêncio do vazio pode ser expresso por palavras. As palavras são símbolos e é essa característica que permite à diversas formas de linguagem manifestar tanto a presença quanto a ausência; que o digam a matemática, a poesia e a música.


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