sexta-feira, 18 de março de 2011

'LARANJA MECÂNICA' COMEMORA 40 ANOS



“I’m singing in the rain...”

Cantar, sapatear, espancar, assaltar e estuprar eram os passatempos preferidos de Alex DeLarge, interpretado de forma brilhante por Malcolm McDowell na chocante visão do futuro apresentada no filme 'Laranja Mecânica' (A Clockwork Orange) do genial diretor Stanley Kubrick, lançado em 1971 e comemorando, portanto, 40 anos agora em 2011.

O roteiro, baseado no livro homônimo do escritor Anthony Burgess, é ambientado num futuro indefinido, porém aparentemente não muito distante, e conta a jornada de um jovem e amoral arruaceiro que sofre uma lavagem cerebral patrocinada pelo governo com o objetivo de transformá-lo num cidadão exemplar, inserido numa sociedade opressiva e ao mesmo tempo caótica, onde o ser humano foi reduzido a pouco mais que uma máquina.




Considerado por muitos como um dos melhores filmes realizados por Kubrick (ao lado de 'Spartacus', 'Lolita', 'Doutor Fantástico', 'O Iluminado', '2001 – Uma Odisséia no Espaço', 'Barry Lyndon', 'Nascido para Matar' e 'De Olhos Bem Fechados'), 'Laranja Mecânica' causou grande impacto e controvérsia quando de sua estréia ao introduzir na cultura popular o conceito de “ultraviolência”.

'Laranja Mecânica' ganhou com mérito o ‘New York Film Critics Award’ nas categorias de melhor filme e melhor diretor, tendo concorrido a quatro indicações ao ‘Oscar’ (inclusive como melhor filme), na época de seu lançamento. Quarenta anos depois o mundo certamente é um lugar diferente, mas a força deste filme ainda nos envolve, impressiona e causa espanto.





 
POST-SCRIPTUM:



Quem nunca viu este filme e assistir agora, pela primeira vez, não faz idéia da confusão que ele causou na época (início dos anos 70), com uns malucos saindo à noite, na Inglaterra, fantasiados como os integrantes da gangue do Alex, para praticar atos de "ultraviolência" (provavelmente, talvez, na maioria dos casos, a velha baderna conhecida dos 'hooligans'). O próprio Kubrick se viu constrangido (ou quem sabe "educadamente" induzido pelas autoridades britânicas) a solicitar a suspensão da projeção de seu filme em diversas localidades. 



O que alguns viam como a denúncia estilizada de uma sociedade "pasteurizada" e castradora da criatividade individual, outros acusavam de ser um libelo incentivador da violência gratuita. Questão de ponto de vista, má-vontade ou ignorância?         



 





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