No dia 23 de março de 2011 morreu em Los Angeles aos 79 anos aquela que era considerada um dos últimos mitos do cinema norte-americano: Elizabeth Taylor. Apesar da imagem desgastada a que foi associada nas últimas décadas, ela será uma eterna referência quando o assunto for o star system hollywoodiano e sua capacidade de atiçar o imaginário dos espectadores.
A legendária atriz – famosa por sua beleza (seus olhos eram cor de violeta), seu estilo de vida glamoroso (e pouco convencional), seus inúmeros casamentos (oito no total) e sua compulsão por colecionar jóias – nasceu em Londres no dia 27 de fevereiro de 1932 e começou a carreira cinematográfica ainda criança, após seus pais se mudarem para os Estados Unidos. Talentosa e respeitada pela crítica, estrelou vários sucessos nos anos 50, entre os quais, 'Um Lugar ao Sol' (A Place in the Sun), ao lado de Montgomery Clift e 'Assim Caminha A Humanidade' (Giant), com Rock Hudson e James Dean.
Em 1963, estrelou magistralmente 'Cleópatra', ao lado de Richard Burton, que apesar de ter ido bem nas bilheterias, ficou bem abaixo do orçamento, astronômico para os padrões da época (e mesmo para os dias atuais, quando ajustado pela inflação: aproximadamente 305 milhões de dólares em 2009). Vencedora de dois 'Oscar' por sua atuação em 'Disque Butterfly 8' (1960) e 'Quem tem Medo de Virginia Woolf?' (1966), teve também atuações de destaque na versão de Franco Zefirelli para 'A Magera Domada', de Shakespeare, e em 'O Pecado de Todos Nós', dirigido por John Huston e contracenando com Marlon Brando, ambos de 1967.
POST-SCRIPTUM:
Honestamente, eu gostava de Elizabeth Taylor tanto quanto qualquer um – lamento profundamente as circunstâncias deprimentes em que viveu seus últimos anos, bem como sua morte (e não há como negar que era de uma beleza estonteante, sem sombra de dúvida) – mas nunca fui fanático por ela enquanto atriz.
Agora, do filme 'Assim Caminha a Humanidade' (Giant) eu sou fã de carteirinha!
Talvez pela presença do mitológico James Dean no elenco (seu último filme, lançado um ano e dois meses após sua morte num acidente de carro), este filme de 1956 dirigido por George Stevens e com roteiro adaptado a partir de um romance de Edna Ferber é importante por vários motivos, não apenas por retratar de forma realista a ascensão dos rancheiros texanos à condição de multimilionários da indústria petrolífera, mas também por sua sub-trama centrada no racismo e na intolerância dirigida aos imigrantes mexicanos, um tema delicado e polêmico para a época, assim como a luta das mulheres por uma maior participação nas decisões sociais, políticas e econômicas de uma sociedade eminentemente machista e patriarcal: um filmaço!