sábado, 11 de dezembro de 2010

QUEM SOU EU?




Aviso aos navegantes: a leitura a seguir, dependendo do temperamento e/ou da (in)formação de cada um, pode parecer completamente incoerente ou uma fonte de surpresas inesperadas e muito agradáveis; fica a critério do freguês:

Quem sou eu?  







Tudo e Nada; Ser e Não-Ser; Caos e Ordem; Silêncio e Som; Sentido e Nonsense; Retórica e Sofística; Dialética e Paradoxo; Simetria e Terceiro Excluído; Eternidade e Devir; Infinito e Singularidade; Vácuo e Verbo; Unidade e Multiplicidade; Espaço e Tempo; Duração e Simultaneidade; Real e Virtual; Harmonia e Dissonância; Coerência e Insensatez; Yin e Yang; Onda e Partícula; Posição e Momentum; Energia e Entropia; Hádron e Lépton; Totalidade e Incompletude; Absoluto e Incerteza; Relatividade e Axiomática; Dúvida e Dogma; Teoria e Práxis; Coração e Mente; Eu e Outro; Sim e Não; Lá e Aqui; Espírito e Matéria; 






Ciência e Arte; Teatro e Política; Logos e Mito; Matemática e Poesia; Música e Pintura; Escultura e Arquitetura; Astronomia e Dança; Estrutura e Acaso; Tragédia e Comédia; Id e Superego; Nous e Psyché; Métron e Hybris; Arethé e Epoché; Capricho e Vontade; Se e Talvez; Classissismo e Hiperrealismo; Impressionismo e Cubismo; Romantismo e Surrealismo; Simbolismo e Realismo; Holismo e Mecânica Quântica; Transfinito e Infinitesimal; Pré-socrático e Pós-moderno; 




Futurista e Anacrônico; Bipolar e Aleatório; Psicodélico e Paranormal; Autodidata e Diletante; Lírico e Satírico; Irônico e Fraterno; Cínico e Crédulo; Indiferente e Heróico; Sublime e Ridículo; Sonhador e Pragmático; Lógico e Louco; Coerente e Caótico; Simples e Complexo; Modesto e Maravilhoso; Arrogante e Humilde; Melhor e Pior; Igual e Diferente; Nós e Eles; Céu e Inferno; Místico e Iconoclasta; Racionalista e Romântico; Sentimental e Cruel; Irascível e Razoável; Distraído e Compenetrado; Superficial e Profundo; Monarquista e Republicano; Anarquista e Totalitarista; Democrático e Tirânico; Multicultural e Tribal; Socialista e Fascista; Liberal e Conservador; Revolucionário e Conformista; Libriano e Cão Chinês; 






Flamengista e Salgueirense; Carioca e Brasileiro; Latino-Americano e Cosmopolita; Judeu e Cristão; Muçulmano e Budista; Camelo e Leão; Criança e Velho; Homem e Mulher; Animal e Vegetal; Mamífero e Réptil; Luz e Sombra; Sol e Lua; 'Thank You' e 'Fuck You'; Pensamento e Ação; Proletário e Burguês; Espectro e Planta; Anjo e Demônio; Último Homem e Homem Superior; Além e Aquém; Ateu e Deísta; Agnóstico e Politeísta; Materialista e Espiritualista; Ecumênico e Herege; 






Tradicionalista e Revisionista; Zen e Bushidô; Yoga e Wushu; Capoeira e Tai Chi Chuan; Krav Magá e Jiu-Jitsu; Muay Thai e Aikidô; Abismo e Espelho; Um e Zero; Gênesis e Big Bang; Apocalipse e Ragnarok; Armagedon e Juízo Final; Dobra e Fissura; Alfa e Ômega; Pi e Aleph; Mi e Ma; Ain Sof e Adam Kadmon; Tzim Tzum e Tehom; Atzmut e Sefirot; Kether e Malkut; Daat e Zohar; Tarot e Torah; Iahu e Yahweh; Jeová e Jove; Jah e Allah; Adonis e Adonai; Trimurti e Tetragramaton; Theos e Daimon; Omphalos e Ouroboros; Tohu va-Vohu e Aletheia; Gaia e Urano; Cronos e Aion; Eros e Tanatos; Apolo e Dionísio; Hermes e Orfeu; Ísis e Osíris; Horus e Ra; Aton e Atman; Thoth e Thor; Zurvan e Zeus; Metatrom e Mitras; Tamuz e Tiwaz; Odin e Elohim; Ymir e Pan-Ku; 






Dyaus Pitar e Júpiter; Marduk e Tiamat; Rama e Brahma; Vishnu e Shiva; Veda e Vedanta; Hagia Sophia e Yemanjá; Ahura Mazda e Angra Maynu; Grande Espírito e Coyote; Tupã e Teutates; Kundalini e Quetzacoatl; Héracles e Gilgamesh; Lúcifer e Prometeu; Bodhidarma e Zarathustra; Yeshua e Oxalá; São Jorge e Xangô; Krishna e Buda; Cristo e Anticristo; Homero e Hesíodo; Heráclito e Pitágoras; Parmênides e Zenão; Demócrito e Anaxágoras; Sócrates e Protágoras; Platão e Aristóteles; Plotino e Epicuro; Heródoto e Hipócrates; Ésquilo e Sófocles; Sun-Tzu e Confúcio; Wong Fei-Hung e Huo Yuanjia; Maimônides e Averróes; Hipácia e Giordano Bruno; 




Arquimedes e Copérnico; Maquiavel e Montaigne; Da Vinci e Rafael; Michelangelo e Rembrandt; Van Gogh e Hieronymus Bosch; Botticelli e Ticiano; El Greco e Caravaggio; Rubens e Velázquez; Goya e Monet; Degas e Renoir; Manet e Seurat; Cézanne e Picasso; Descartes e Francis Bacon; Galileu e Newton; Kant e Spinoza; Hobbes e Locke; Leibniz e Pascal; Hume e Rousseau; Hölderlin e Schelling; Schopenhauer e Mallarmé; Hegel e Nietzsche; Max Weber e Durkheim; Saussure e Schlegel; Freud e Jung; Heidegger e Wittgenstein; Darwin e Husserl; Baudelaire e Bachelard; Leví-Strauss e Merleau-Ponty; 






Bataille e Lacan; Cantor e Frege; Bergson e Sartre; Hannah Arendt e Simone de Beauvoir; Walter Benjamin e Kierkegaard; Bertrand Russell e Richard Rorty; Foucault e Derrida; Deleuze e Lyotard; Euclides e Gauss; Reimann e Fermat; Euler e Lagrange; Bhaskara e Erastótenes; Von Newmann e Hilbert; Gödel e Carnap; Maxwell e Faraday; Einstein e Plank; Heisenberg e Bohr; David Bohm e Fritjof Capra; Mircea Eliade e Ernest Cassirer; Alain Badiou e Jürgen Habermas; Joseph Campbell e Ken Wilber; Gilbert Durand e Bob Black; Karl Marx e Groucho Marx; Salvador Dalí e André Breton; Tim Maudlin e David Albert; 






Aldous Huxley e George Orwell; Frida Khalo e Charles Chaplin; Diego Rivera e Emiliano Zapata; Malcolm X e Mariguella; Vladimir Lenin e Leon Trotsky; Hailé Selassié e Dalai Lama; Viktor Frankl e Nikola Tesla; Steve Jobs e Bill Gates; Steve Wozniak e Mitch Kapor; Jimmy Wales e Sir Tim Berners-Lee; Chad Hurley e Shawn Fanning; Mahatma Ghandi e Che Gevara; Martin Luther King e Chico Mendes; João Cândido Felisberto e Tiradentes; Calabar e D. Pedro II; Simon Bolívar e Antonio Conselheiro; Lampião e Padre Cícero; Butch Cassidy e Sundance Kid; Billy The Kid e Jesse James; Wyatt Earpp e Doc Holliday; Arthur Pendragon e Dom Manoel, o Venturoso; Sir Lancelot du Lac e Eurico, o Presbítero; Vasco da Gama e Fernão de Magalhães; Alexandre e Napoleão; Júlio César e Carlos Magno; 






Churchill e Mussolini; Thomas Jefferson e Benjamin Franklin; Robespierre e Danton; Theodore Joadson e John Quincy Adams; Geronimo e Hiawatha; Raoni e Sitting Bull; Cinque e Zumbi dos Palmares; FDR e JFK; Getúlio Vargas e Juscelino Kubitchek; Joana Angélica e Maria Quitéria; Olga Benário e Anne Frank; Florbela Espanca e Cecília Meireles; Fernando Pessoa e Augusto dos Anjos; Oswald de Andrade e James Joyce; Henry Miller e Philip Roth; Bertold Brecht e Augusto Boal; Rodin e Aleijadinho; Marcel Duchamp e Andy Warhol; Jean-Michel Basquiat e Anaïs Nin; 





Tarcila do Amaral e Candido Portinari; Marcel Proust e Machado de Assis; Heinrich Heine e Lord Byron; Emile Zola e Oscar Wilde; Flaubert e Jorge Amado; Maupassant e Lima Barreto; Albert Camus e Allen Ginsberg; William Burroughs e Jack Kerouac; Henry David Thoreau e Ralph Waldo Emerson; Herman Melville e Ernest Hemingway; Hermann Hesse e Thomas Mann; Kafka e Dostoiévski; Balzac e Dante; Cervantes e Goethe; Tolstói e Shakespeare; Gogol e O. Henry; Joseph Conrad e William Faulkner; Alexandre Dumas e Victor Hugo; Jack London e Charles Dickens; Robert Louis Stevenson e Daniel DeFoe; J. Fenimore Cooper e Walter Scott; Alexandre Herculano e Luis de Camões; Eça de Queirós e Olavo Bilac; Ruy Barbosa e Joaquim Manuel de Macedo; Castro Alves e Manuel Antônio de Almeida; José de Alencar e Euclides da Cunha; Guimarães Rosa e Jorge Luis Borges; Érico Veríssimo e Mario Vargas Llosa; Manuel Bandeira e Gabriel García Márquez; Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector; Rubem Fonseca e Moacyr Sciliar; Ferreira Gullar e Mário Quintana; Millôr Fernandes e Paulo Leminski; H. P. Lovecraft e Edgar Allan Poe; Lewis Carroll e J. R. R. Tolkien; Hans Christian Andersen e Michael Moorcock; 






Irmãos Grimm e Monteiro Lobato; Giberto Freyre e Mark Twain; Jules Verne e H. G. Wells; Isaac Asimov e Arthur C. Clarke; Ray Bradbury e Phillip K. Dick; Robert E. Howard e Lin Carter; L. Sprague de Camp e Bram Stoker; Louis Pauwels e Jacques Bergier; Theodore Roszak e Timothy Leary; Marshal McLuhan e Henry Jenkins; Fred Alan Wolf e William Tiller; Amit Goswami e Masaru Emoto; Dashiel Hammett e Raymond Chandler; H. R. Giger e Ray Harryhausen; Hitchcock e Fellini; Fritz Lang e John Ford; Sergei Eisenstein e George Lucas; Orson Welles e Glauber Rocha; Alejandro Jodorovski e David Lynch; Ridley Scott e Quentin Tarantino; Woody Allen e Francis Ford Coppola; Stanley Kubrick e Steven Spielberg; Terry Gilliam e Brian DePalma; Martin Scorsese e Sidney Lumet; Clint Eastwood e James Cameron; Irmãos Cohen e Irmãos Wachowski; Alejandro González Iñarritu e José Padilha; Tim Burton e Zack Snyder; Oliver Stone e Bryan Singer; Alan Parker e Roman Polanski; Danny Boyle e David Fincher; George Roy Hill e Milos Forman; Darren Arnofsky e Michael Curtiz; Kevin Smith e Lawrence Kasdan; Cecil B. DeMille e George A. Romero; 







Umberto Eco e Gershom Scholem; Krishnamurti e Mme. Blavatsky; Gurdjieff e Ouspenski; Jacob Boheme e Martin Buber; Allan Kardec e Teilhard de Chardin; Pietro Ubaldi e Ernesto Bozzano; Aleister Crowley e Zé do Caixão; Chico Xavier e Professor X; Stan Lee e Gardner Fox; Jack Kirby e Will Eisner; C. C. Beck e Jack Cole; Steve Ditko e Carmine Infantino; Alex Raymond e Hal Foster; Lee Falk e Chester Gould; Alan Moore e Neil Gaiman; Grant Morrison e Garth Ennis; Ed Brubaker e Chuck Dixon; Arnold Drake e Sergio Bonelli; Bill Watterson e Quino; Robert Crumb e Moebius; Wally Wood e John Severin; Jack Davis e Mort Drucker; Dan Martin e Sergio Aragonés; 






Barry Windsor-Smith e John Buscema; Joe Kubert e Ross Andru; Don Heck e George Tuska; Dave Cockrum e Frank Brunner; Gray Morrow e Matt Wagner; Alex Niño e Tony DeZuñiga; Alex Ross e Neal Adams; Jim Steranko e Guido Crepax; Frank Frazetta e Richard Corben; Darwyn Cooke e Arthur Adams; Jim Lee e John Cassaday; Todd McFarlane e Erik Larsen; Frank Quitely e Bryan Hitch; Mike Weringo e Mike Mignola; Roy Thomas e Steve Englehart; Len Wein e Marv Wolfman; Gerry Conway e Archie Goodwin; Roger Stern e Mark Gruenwald; Steve Gerber e Jim Shooter; Bob Haney e Gary Friedrich; Danny O'Neil e Mark Waid; James Robinson e Kurt Busiek; Brad Meltzer e Geoff Johns; Mark Millar e Brian Michael Bendis; Joss Whedon e Brian Azzarello; Peter David e Rick Remender; Jason Aaron e Greg Pak; Jamie Delano e Brian K. Vaughan; Walter Simonson e Marshall Rogers; Bernie Wrightson e Russ Manning; Frank Miller e George Pérez; Scott Lodbell e Fabian Nicieza; Bill Mantlo e David Antony Kraft; Gil Kane e Gene Colan; Jerry Siegel e Joe Shuster; Kurt Schaffenberger e Wayne Boring; Curt Swan e Murphy Anderson; Jim Aparo e Nick Cardy; Bob Kane e Bill Finger; Dick Sprang e Jerry Robinson; Jim Starlin e José Luis Garcia-Lopés; Terry Austin e José Ladronn; Paul Levitz e Joe Quesada; Bill Everett e Carl Burgos; Larry Lieber e Dick Ayers; Terry Dodson e Michael Lark; Tom deFalco e Axel Alonso; Mike Sekowsky e Joe Orlando; Cary Bates e David Micheline; Vince Coletta e Chic Stone; Mike Zeck e Ed McGinness; Dan Jurgens e Ron Garney; Greg Capullo e Brandon Peterson;  Rick Silvestri e Marc Leonardi;






John Romita e Eugenio Colonnesse; John Byrne e Mike Deodato; Alan Davis e Ivan Reis; Fabio Moon e Gabriel Ba; Charles Schultz e Maurício de Souza; Hergé e Ziraldo; Milo Manara e Carlos Zéfiro; Robert Crumb e Gilbert Shelton; William Hanna e Joseph Barbera; Walt Disney e Carl Barks; Sexo dos Anjos e Oficina do Diabo; Rock e Samba; Übermensch e Macunaíma; Casa Grande e Senzala; Conde Drácula e Curupira; Ubirajara e Tibicuera; Seu Madruga e Chacrinha; Mohammad Ali e Bruce Lee; Jet Li e Tony Jaa; Pelé e Maradona; Garrincha e Neymar; Mike Tyson e Anderson Silva; The Beatles e João Gilberto; Rolling Stones e Cartola; Pink Floyd e Cazuza; Kiss e Legião Urbana; Led Zeppelin e Bezerra da Silva; Uriah Heep e Tom Zé; Black Sabbath e Cauby Peixoto; Crosby, Still, Nash & Young e Vinícius de Moraes & Toquinho; Credence Clearwater Revival e Tom Jobim; King Crimson e Os Mutantes; Focus e Secos & Molhados; The Doors e Chico Buarque de Hollanda; Deep Purple e Paulinho da Viola; The Animals e Luis Gonzaga; Ray Charles e Frank Zappa; Scott Joplin e Jerry Lee Lewis; Bob Dylan e Raul Seixas; Bread e Waldick Soriano; Sid Vicious e Michel Teló; Tom Waits e Tim Maia; AC/DC e Caetano Velloso; Yes e Gilberto Gil; Genesis e Gonzaguinha; Janis Joplin e Gal Costa; Carole King e Maria Betânia; 






Aretha Franklin e Elza Soares; Queen e Zeca Pagodinho; Madonna e Cindy Lauper; Negra Li e Rita Lee; Peter Frampton e Djavan; Carlos Santana e MPB-4; Bee Gees e Zélia Duncan; Supertramp e Ultraje a Rigor; B-52 e Camisa de Vênus; Jim Morrison e Barão Vermelho; Faith No More e Metallica; John Lennon & Yoko Ono e Paul McCatney & The Wings; George Harrison e Ravi Shankar; Ringo Starr e Keith Richards; Mick Jagger e Prince; Barry White e Billy Paul; Doobie Brothers e Afrika Bambaataa; Fletwood Mac e Rage Against The Mahine; Dead Kennedys e Bad Company; Rush e Greatful Dead; Nick Cave e Telonious Monk; John Coltrane e Woodie Gunthrie; Baden Powell e Naná Vasoncelos; Charles Mingus e Dizzy Gillespie; Louis Armstrong e Jacó do Bandolim; Sex Pistols e Paralamas do Sucesso; Kraftwerk e Rogério Skylab; Bob Marley e Chico Science; Jimi Hendrix e Wilson Simonal; Lou Reed e Jorge Ben Jor; Ramones e Raimundos; The Clash e O Rappa; 






James Brown e Carlinhos Brown; Frank Sinatra e Roberto Carlos; David Bowie e Titãs; U2 e Capital Inicial; Amy Winehouse e Ivete Sangalo; Edith Piaf e Elis Regina; 50 Cent e Marcelo D2; 2Pac e Criolo; Sabotage e Chorão; Miles Davis e Arlindo Cruz; Lady Gaga e Mamonas Assassinas; Bill Halley & his Comets e Sérgio Mendes & Brazil '66; Little Richards e Monarco; Elvis Presley e Erasmo Carlos; Michael Jackson e Jackson do Pandeiro; Buena Vista Social Club e Velha Guarda da Portela; The Platters e The Supremes; Diana Ross e Marvin Gaye; Arctic Monkeys e Tom Petty; Emicida e Patty; Malu Magalhães e NX Zero; Cássia Eller e Ed Motta; The Commodores e Beastie Boys; Sonic Youth e Dinosaur; Joy Division e Zombie Nation; Beethoven e Villa-Lobos; Mozart e Ernesto Nazareth; Chopin e Chiquinha Gonzaga; Carlos Gardel e Dorival Caymmi; B.B. King e Pixinguinha; Eric Clapton e Noel Rosa; 






Elton John e Hermeto Pascoal; James Taylor e Adoniran Barbosa; Racionais MC's e R.E.M.; Dire Straits e Martinho da Vila; The Smiths e Clara Nunes; Eminem e Engenheiros do Hawaii; Jorge Aragão e The Cure; Charlie Brown Jr. e Black Eyed Peas; Luis Melodia e Nine Inch Nails; Sepultura e Oasis; Nelson Gonçalves e Foo Fighters; Pato Fu e Nirvana; Biohazzard e Seu Jorge; Linkin Park e Ney Matogrosso; Greenday e Los Hermanos; Iron Maiden e Maria Gadú; Guns & Roses e Maria Rita; Beyoncé e Vanessa da Mata; Coldplay e Ivan Lins; Pearl Jam e Belchior; Slipknot e Ana Carolina; Iggy Pop e The Strokes; Jonah Sharp e Otis Redding; Greenpeace e Wikileaks; World Wide Web e Wikipedia; Napster e YouTube; Spock e Yoda; South Park e Jurassic Park; 






Dr. Who e Godzilla; Serpico e Tony Manero; James Bond e Dirty Harry; Rick Deckard e Hannibal Lecter; HAL9000 e Neo; Alex DeLarge e Tyler Durden; Gandalf e Harry Potter; National Geographic e Scientific American; MTV e History Channel; Túnel do Tempo e Perdidos no Espaço; Viagem ao Fundo do Mar e Terra de Gigantes; Sienfield e Arquivo X; Heroes e Lost; Smallvile e The Big Bang Theory; Two and a Half Man e Bones; House e Dexter; O Bem-Amado e O Auto da Compadecida; Roque Santeiro e O Astro; TV Pirata e A Grande Família; 'Cidade de Deus' e 'Tropa de Elite'; Mowgli e Tarzan; Robin Hood e Sinbad; Conan da Ciméria e Elric de Melniboné; El Zorro e Lone Ranger; The Shadow e Doc Savage; Tintin e Popeye; Mandrake e Fantasma; Flash Gordon e Príncipe Valente; Dick Tracy e The Spirit; Fantastic Four e Doom Patrol; JSA e JLA; The Avengers e WildC.A.T.s; The Authority e X-Men; Planetary e The Defenders; National Kid e Vigilante Rodoviário; Ultraman e Speed Racer; Jiraya e Cavaleiros do Zodíaco; Space Ghost e Thundercats; Starsky & Hutch e Phineas & Ferb;






Jonny Quest e Herculóides; Os Impossíveis e Scooby-Doo; Os Flintstones e Os Jetsons; Akira e Hellboy; Tex e Jonah Hex; Sandman e V for Vendetta; John Constantine e The Simpsons; Monstro do Pântano e Bob Esponja; Homem-Aranha e Freak Brothers; Superman e Mr. Natural; Wolverine e A Garagem Hermética de Jerry Cornelius; Batman e Valentina; Mafalda e Corto Maltese; Dr. Manhattan e Mickey Mouse; Punisher e Howard the Duck; Rorcharch e Galactus; Theorykal e Tiririca; Tudo e Nada...







POST-SCRIPTUM:



“Reality is merely an illusion, albeit a very persistent one.” - Albert Einstein

A identidade talvez seja uma ilusão, “sonho que se sonha junto”, mera sombra na parede da caverna platônica, mas, ainda assim, como que impelida por trágico paradoxo, esta mesma suposta identidade não pode dar-se ao luxo de desprezar a hipótese de ser o reflexo ou a projeção de algo mais sólido, que um dia, quem sabe, acordará e sairá para alcançar o sol. Nem que seja prá pegar uma praia, que ninguém é de ferro. 



Se bem que, num futuro nem tão distante, os implantes cibernéticos, o desenvolvimento da Inteligência Artificial, os computadores quânticos, a engenharia genética, a criação de novas drogas farmacoterápicas e a descoberta de potenciais insuspeitos do binômio mente/cérebro talvez nos obriguem a pensar em novas espécies inteligentes para além do mero 'homo sapiens sapiens' e aí vai ficar difícil dizer que 'ninguém é de ferro' (que o diga Tony Stark...). 






Axé pra todos, um feliz Natal e um próspero Ano Novo. Fui.



LONG LIVE LENNON




GOD
(John Lennon)


God is a concept,
By which we measure
Our pain.


I'll say it again.
God is a concept,
By which we measure
Our pain.


I don't believe in magic
I don't believe in I Ching
I don't believe in Bible
I don't believe in Tarot
I don't believe in Hitler
I don't believe in Jesus
I don't believe in Kennedy
I don't believe in Buddha
I don't believe in Mantra
I don't believe in Gita
I don't believe in Yoga
I don't believe in Kings
I don't believe in Elvis
I don't believe in Zimmerman
I don't believe in Beatles


I just believe in me
Yoko and me
And that's reality.


The dream is over,
What can I say?
The dream is over


Yesterday
I was the dreamweaver,
But now I'm reborn.


I was the walrus,
But now I'm John.


And so dear friends,
You just have to carry on


The dream is over.







POST-SCRIPTUM:


Então, o sonho acabou...
Acabou mesmo?





Talvez sim, de certa forma. As pessoas, às vezes, precisam de uma 'sacudida' pra acordarem pra realidade. E a realidade é dura. "Deus é um conceito pelo qual medimos nossa dor". E mágica não existe. Que seja.

Mas, por outro lado, o que é realidade e o que é sonho? Claro, de um ponto de vista bem objetivo, não existem dúvidas sobre o assunto. Entretanto, não há existência humana sem sonho: dignidade é apenas um conceito e o amor é um tipo de 'mágica' para algumas pessoas, não é?




Quando John diz que não acredita em nada daquilo, ele está repudiando as representações mundanas e exteriores sobre as quais estamos acostumados a falar a respeito em nosso dia-a-dia, sejam elas referentes à banalização da religiosidade, à falsa relevância do 'show business' ou à desmoralização da atividade política, e abraçando de corpo e alma a única coisa que dá sentido à vida, ou seja, o amor, no caso o seu (dele) por Yoko e vice-versa.

Mas nem a religiosidade, seja ela falsa ou autêntica, nem o 'show business', seja ele medíocre ou sublime, nem a verdadeira política, imbuída de princípios éticos, seja ela institucional ou de protesto, podem ser produzidos sem um mínimo que seja de amor, em suas infinitas formas e manifestações.




Portanto (e reportando-nos ao início deste argumento, ou seja, "de certa forma"), às vezes, dizer que não acredita em algo é o mesmo que dizer que acredita. É tudo uma questão de circunstâncias: como, quando, onde e porque.  

 Ou, como diriam os espanhóis, "no lo creo en brujas, pero que los hay, los hay..."




A mensagem que Lennon quis passar com essa canção foi a de que devemos parar de nos apoiarmos em muletas psicológicas para disfarçar nossa eventual ou mesmo total incapacidade de lidarmos com a dura e fria realidade que é posta diante de nós pelos "podres poderes". 



Sonhar é belo, mas é preciso concretizar os sonhos para que não se tornem meros devaneios, formas sem substância incapazes de gerar consequências, ou pior, instrumentos ideológicos com vistas ao nefasto objetivo de dominação das massas.




E qual o melhor caminho para tal empreitada do que, antes de qualquer outra coisa (apesar de estar no fim do poema, é um novo começo), ter fé em si mesmo e no seu amor (pela 'sua Yoko', tudo aquilo que você considera especial mas não sabe explicar muito bem por quê), aliada à coragem de seguir sempre em frente (anyway, ANY WAY is better than NO WAY), à humildade em admitir os seus próprios limites e à solidariedade no "toque de amigo" que você passa aos seus contemporâneos de todas as idades com relação à seriedade do que acontece a nossa volta e, consequentemente, no alerta para a necessidade da máxima honestidade intelectual na abordagem da vida (nossa e de todo 'o resto'), honestidade essa decorrente da idéia de liberdade mais positiva disponível em nossa cultura – da física quântica à psicanálise, o estofo da matemática e da filosofia – aquela que embasa tanto as ciências (nem tão) exatas quanto as (ditas) humanas.




O sonho acabou, fim de papo. Ok, mas um novo sonho sempre recomeça. Eterno Retorno do mesmo, mas ainda assim diferente. Tarefa de Sísifo, mas com um gosto de desafio. 





O que nos leva novamente ao início do poema: não há como fugir à dor, de uma forma ou de outra. Mas temos como abordar a dor e tentar compreendê-la – seja pelo poder de nossa intuição, de nosso intelecto ou de nossa emoção, mas principalmente pelo poder de nossa vontade e de nossa ação – a fim de que, assim, possamos transformá-la.




Mas transformá-la em que?

Talvez em sabedoria.
Talvez em idiotia.
Divina loucura.
Humana poesia.

Eis aí a arte.
Eis aí Deus...

Ou talvez tudo isso seja uma viagem psicodélica de minha parte e a letra da música seja apenas o desabafo de um artista de saco cheio com tanta falsidade e hipocrisia à sua volta, depois de sua imersão na terapia do "grito primal", que encoraja seus praticantes a re-experimentar sua feridas psicológicas mais profundas. 

Aliás, segundo alguns, músicas com 'Mother' e 'God' seriam, assim, sua forma de confrontar e libertar-se de traumas que o afligiam desde a infância. Pode ser. Entretanto...

Não sei não, mas sempre desconfiei de interpretações psicologizantes que são, em última análise, necessariamente redutoras e unilaterais.




De qualquer forma John Lennon quase sempre foi incompreendido em suas declarações, geralmente polêmicas (talvez até propositalmente). 

Algum tempo após declarar que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo, saiu-se com a seguinte justificativa 'esclarecedora': "Suponho que, se eu tivesse dito que a televisão é mais popular que Jesus, eu teria me safado numa boa. Acontece que eu estava conversando com um amigo e eu usei a palavra 'Beatles' como algo distante, não como eu pensava a respeito de nós mesmos, mas como as outras pessoas nos viam. Eu só disse que 'eles' estavam influenciando mais os jovens e as coisas do que tudo mais, incluindo Jesus. Mas eu disse isso querendo dizer que talvez não fosse uma coisa tão boa". 



É isso aí. 

De qualquer forma, esteja você onde estiver (ou não), VALEU, JOHN.




terça-feira, 2 de novembro de 2010

O IMAGINÁRIO II



[CONCLUSÃO da obra “O Imaginário: Ensaio Acerca das Ciências e da Filosofia da Imagem”, de Gilbert Durand; tradução de René Eve Levié; Coleção 'Enfoques – Filosofia', da editora Difel; 1998]



Foi assim que, em meados do século 20, os trabalhos pluridisciplinares convergentes permitiram tanto a criação de um balanço heurístico rico em estudos do imaginário como apresentar os conceitos-chaves de uma abordagem metódica das representações do Universo, ou de uma “mitodologia”. O pluralismo taxionômico, a tópica e a dinâmica permitem abarcar as bacias semânticas que articulam aquilo que é “próprio do homem”, o imaginário, com uma precisão mensurável. Este define-se como uma re-presentação incontornável, a faculdade da simbolização de onde todos os medos, todas as esperanças e seus frutos culturais jorram continuamente desde os cerca de um milhão e meio de anos que o homo erectus ficou em pé na face da Terra.

Contudo, não poderíamos concluir com esta constatação triunfalista. Verdade que “a civilização da imagem” permitiu a descoberta dos poderes da imagem há tanto tempo recalcados, aprofundou as definições, os mecanismos de formação, as deformações e as elipses da imagem. Por sua vez, a “explosão do vídeo”, fruto de um efeito perverso, está prenhe de outros “efeitos perversos” e perigosos que ameaçam a humanidade do Sapiens.

Em primeiro lugar porque ela impõe seu sentido a um espectador passivo, pois a imagem “enlatada” anestesia aos poucos a criatividade individual da imaginação, como já apontava Bachelard ao dar preferência à “imagem literária” sobre qualquer outra imagem icônica mesmo animada como a de um filme.

Portanto, a imagem “enlatada” paralisa qualquer julgamento de valor por parte do consumidor passivo, já que o valor depende de uma escolha; o espectador então será orientado pelas atitudes coletivas da propaganda; é a temida “violentação das massas”. Este nivelamento é perceptível no espectador de televisão, que engole com a mesma voracidade, ou melhor, com a mesma falta de apetite, espetáculos de “variedades”, discursos presidenciais, receitas de cozinha e notícias mais ou menos catastróficas... É o mesmo “olho de peixe morto” que contempla as crianças que morrem de fome na Somália, a “purificação étnica” na Bósnia ou o arcebispo de Paris subindo a escadaria da Basílica de Montmartre carregando uma cruz... Esta anestesia da criatividade do imaginário e o nivelamento dos valores, numa indiferença espetacular, são reforçados por outro e último perigo.

Trata-se do anonimato da “fabricação” destas imagens. Elas são distribuídas com tanta generosidade que escapam de qualquer “dignitário” responsável, seja ele religioso ou político, interditando assim qualquer delimitação e qualquer estado de alerta, permitindo, portanto, as manipulações éticas e as “desinformações” por produtores não-identificados. A famosa “liberdade de informação” é substituída por uma total “liberdade de desinformação”. Sub-repticiamente, os poderes tradicionais (éticos, políticos, judiciários e legislativos...) parecem ser os tributários de uma única veiculação de imagens “pela mídia”.

Não deixa de ser paradoxal que tal “poder público”, que se tornou absoluto por técnicas sofisticadas que ele utiliza e por quantias colossais de dinheiro que ele drena, seja abandonado ao anonimato, quando não ao oculto. De modo mais geral, o problema concreto da ruptura entre o poder da mídia e os poderes sociais está ligado ao excesso de “informações” (no sentido muito amplo, formações e desinformações, inclusive) das estruturas das instituições. Como se sabe, por natureza a informação (L. Brouillin) é não-entrópica – isto é, ela aumenta indefinidamente, sem conter em si mesma o germe da sua usura – enquanto as instituições, como qualquer construção humana que precisa gastar suas energias, são entrópicas, isto é, condicionadas ao desaparecimento e a morte. Então, a pletora indefinida de informações poderia ser um fator de entropia para as instituições sociais que ela desestabiliza... Constatamos que quanto mais uma sociedade é “informada” tanto mais as instituições que a fundamentam se fragilizam...

Um perigo tríplice para as gerações do “zapping”: perigoso quando a imagem sufoca o imaginário, perigoso quando nivela os valores do grupo – seja de uma nação, cantão ou “tribo” – e perigoso quando os poderes constitutivos de toda sociedade são submersos e erodidos por uma revolução civilizacional que escapa ao seu controle... Ao menos se formou – como o demonstramos ao longo destas páginas – um “magistério” discreto de sábios competentes aos quais “os políticos”, aqueles que ainda pretendem “governar” os grupos sociais, deveriam prestar atenção...



POST-SCRIPTUM:




Pouco mais a acrescentar, além de recomendar a leitura da postagem O Imaginário I (com a 'Introdução' da obra), algumas páginas atrás e, é claro, o próprio livro de Gilbert Durand...


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

VOTE NULO NO SEGUNDO TURNO




NÃO SUSTENTE CORRUPTOS E BANQUEIROS!

A atual eleição para presidente ilustra bem a lamentável situação a que chegou a farsa representada pelos supostos responsáveis pelas instituições políticas brasileiras, assim como a credulidade de uma população disposta a se agarrar a qualquer fiapo de esperança que se lhe apresente.


O texto a seguir foi resumido e adaptado a partir de um ensaio escrito pelo ideólogo anarquista BOB BLACK (“Groucho-Marxismo”, tradução de Michele de Aguiar Vartuli, Conrad Editora, 2006) e, em minha modesta opinião, cai como uma luva não só em relação à referida eleição, mas – e principalmente – em relação ao contexto geral da política brasileira.





 A MENTIRA NO ESTADO

Precisamos de uma fenomenologia da mentira. Como a essência imanente e onipresente de nossa sociedade, a mentira não merece menos; e já é hora dela ter o que merece. Vamos ser honestos sobre a desonestidade. Como ‘eles’ nos enganam? Deixe-me contar as formas.

Algumas formas de fraude, especialmente aquelas exercidas cara a cara, são altamente refinadas. Uma névoa fina desce sobre as pessoas usando qualquer uma de várias expressões idiomáticas compartilhadas, que supõe estar dizendo algo quando estão apenas emitindo sinais, barulhos, que provocam reações similares. Na verdade não passam de ruído. Muito mais expressão do que comunicação, na melhor das hipóteses elas dizem menos do que parecem dizer, e a melhor das hipóteses é rara, nesses casos.

A epítome da enganação consensual é a autocontradição transformada em jargão especializado. No outro extremo da engambelação sofisticada está a prevaricação pura e simples. Como cigarros, mas sem mensagens de advertência, essas mentiras costumam vir em pacotes. O mundo dos negócios (existe outro?) contém ocupações inteiras de profissionais da falsidade. Há ramos que pressupõe mais do que confundir de leve o consumidor comum: eles sapecam mentiras gigantescas sobre uma população ludibriada por questão de necessidade profissional. Ainda assim, políticos são os mentirosos ideais. É para mentir (além de dar ordens) que nós lhes pagamos, ou melhor, que eles se pagam com os nossos impostos.

Que as autoridades, como os autoritários que as invejam, mentem sistematicamente, não é nenhuma novidade. Mas elas refinaram, ou ao menos aumentaram, seus embustes. Nossa complexa sociedade, baseada no consentimento por coerção, criou modos de manipulação tão avançados que a falsidade pode ser minimizada, até eliminada sem que a verdade venha à tona.

O sistema nos inunda com informações tão triviais que chegam a merecer o nome desgastado de “dados”, até que os poucos assuntos de importância real sejam expulsos da mente. O conhecimento é fragmentado em ilhas artificiais e confiado a especialistas endógamos. No mundo acadêmico, essas exclusividades merecem as conotações sadomasoquistas da denominação que recebem: “disciplinas”. A divisão social da mão-de-obra – estilhaçando uma vida, que deveria ser experimentada integralmente, em “papéis” padronizados à força –, estendida à consciência, se reproduz ao mesmo tempo em que oculta sua passagem.

Regras e papéis nos tornam tão intercambiáveis quanto os bens cuja produção é a nossa destruição. Não admira que, como Karl Marx observou uma vez antes de se tornar um político, a única linguagem compreensível que temos é a linguagem das nossas posses conversando entre si. Precisamos de outra. E precisamos de ocasiões sem pressa e sem pressões para um repouso sem palavras. A revolução requer uma expressão idiomática antiidiota que expresse o até agora indizível. O amor que não ousa dizer seu nome tem vantagens sobre o outro, caluniado por rótulos, cujo nome é tomado em vão e nunca devolvido aos seus donos legítimos.

A corrupção da linguagem promove a corrupção da vida. É na verdade o seu pré-requisito. Um primeiro passo rumo à paz e a liberdade – impossível agora, sob a sociedade de classes e sua arma, o Estado – é chamar as coisa por seus verdadeiros nomes.

IMPOSTO É FURTO!






POST-SCRIPTUM:




Sejamos, portanto, honestos também com relação ao furto; que se furte de quem tem muito, para dar a quem não tem (praticamente) nada. O lendário personagem Robin Hood deve muito de sua longevidade e popularidade a este mesmo tipo de honestidade quanto ao furto. Ou seja, ele roubava dos ricos para dar aos pobres.

E ainda, na medida em que os primeiros núcleos de concentração de riqueza que deram respaldo à legitimação da dominação política surgiram da prática predatória de apropriação indébita daquela propriedade que era comum a todos, ou seja, a terra, (este sim o “pecado original”) estar-se-á meramente realizando um ato de justiça, mesmo que insuficiente, ao taxar-se apenas aquela mínima parcela da população detentora de uma parcela máxima das propriedades (sejam elas de que tipo for, grandes fortunas do mercado financeiro, heranças milionárias e latifúndios, aí prioritariamente incluídos), a fim de financiar qualquer iniciativa de bem estar público, assistencialista ou não.

Voltando ao famoso ladrão e justiceiro inglês e, paralelamente, ao imaginário popular, vale lembrar aquele velho ditado: “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”. Desde que, evidentemente, não seja para encher os próprios bolsos e os dos "aliados políticos".

E, sinceramente, mais de um trilhão de reais em arrecadação de impostos é muito dinheiro! Onde estão os investimentos em educação, saúde e segurança públicas compatíveis com tamanha quantia? Temos aqui um exemplo típico de inversão de valores: rouba-se dos pobres para dar aos ricos...