segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O MECANISMO DE ANTICÍTERA: CALCULADORA ASTRONÔMICA DA GRÉCIA ANTIGA






















(Condensado e traduzido a partir do artigo “Decoding the ancient Greek astronomical calculator known as the Antikythera Mechanism”, publicado na revista Nature #444, pp. 587-591, de 30 de novembro de 2006, da autoria de T. Freeth, Y. Bitsakis, X. Moussas, J. H. Seiradakis, A. Tselikas, H. Mangou, M. Zafeiropoulou, R. Hadland, D. Bate, A. Ramsey, M. Allen, A. Crawley, P. Hockley, T. Malzbender, D. Gelb, W. Ambrisco e M. G. Edmunds)



O mecanismo de Anticítera é um dispositivo único, construído na Grécia em torno do final do século II A.C., que permitia calcular e exibir informações celestes, particularmente ciclos como as fases da lua e um calendário lunar-solar.

Calendários eram extremamente importantes para as sociedades antigas, tanto no que se referia à regulação das atividades agrícolas quanto na fixação de festividades religiosas. Os eclipses e os movimentos planetários eram por vezes interpretados como augúrios, mas podemos supor que a invariável regularidade dos ciclos da astronomia deve ter sido filosoficamente atraente em um mundo incerto e violento.

Batizado com o nome do local de sua descoberta em 1901 em meio aos destroços de um naufrágio romano ocorrido na Antiguidade (cerca do séc. I A.C.), o mecanismo de Anticítera é tecnicamente mais complexo do que qualquer dispositivo conhecido que tenha sido construído até pelo menos um milênio depois.

Suas funções específicas permaneceram controversas durante várias décadas em virtude do estado fragmentário de suas engrenagens e das inscrições em suas faces, após ter permanecido submerso por tantos séculos.























Em decorrência de exaustivas pesquisas, efetuadas por intermédio de tomografia radiográfica de alta resolução dos fragmentos encontrados, foi possível reconstruir o mecanismo e decifrar suas inscrições numéricas. Sua função seria a de prever eclipses lunares e solares usando como base os ciclos de progressão aritmética babilônicos. As inscrições dão respaldo também à suposição de exibição mecânica das posições planetárias, uma parte do artefato que se supõe tenha-se perdido no referido naufrágio.

No século II A.C., Hiparco desenvolveu uma teoria para explicar as irregularidades do movimento aparente da lua pelo céu, as quais seriam causadas por sua órbita elíptica. Podemos encontrar uma aplicação prática desta teoria na utilização do mecanismo, revelando um inesperado grau de sofisticação técnica para o período.


http://www.nature.com/nature/journal/v444/n7119/abs/nature05357.html



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