quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

FLAMENGO




Desde meus comentários apaixonados a respeito de um jogo ocorrido ano passado - quando Ronaldinho Gaúcho ainda atuava no rubro-negro - em que fiz "previsões" precipitadas (para dizer o mínimo), prometi a mim mesmo que não mais falaria sobre futebol; mas sabe como é, torcedor é torcedor e não se contenta em ficar calado, principalmente se for flamenguista e às vésperas de um jogo contra o time do Vasco da Gama, sempre um grande rival.

Entretanto, dessa vez (e em possíveis outras, no futuro) vou procurar ser bem mais comedido e cauteloso, até porque, apesar de ser o segundo colocado no Grupo B, com 7 pontos (a mesma pontuação do líder Fluminense) e vir de uma vitória, por sinal sofrida, o Flamengo encara amanhã, quinta-feira, dia 31 de janeiro, às 19:30 no Engenhão, o líder do Grupo A (com 9 pontos) e o time com melhor aproveitamento no Estadual, o Vasco da Gama.

Apesar de ambos estarem invictos até agora e bem colocados nos respectivos grupos, trata-se de um clássico carioca, válido pela quarta rodada da Taça Guanabara, e qualquer previsão a respeito do resultado é mera especulação. O máximo que um torcedor pode fazer é justamente aquilo que o define: torcer! Mas sem falar demais, pois quem o faz acaba pagando mico...





POST-SCRIPTUM:


O que mais me causa ansiedade no momento é aguardar a estréia do novo camisa 10 do Fla, Carlos Eduardo, emprestado pelo 'Rubin Kazan' da Rússia por, pelo menos, 18 meses. Disputado por diversos clubes brasileiros (Santos, Fluminense e Internacional), o meia-atacante de 25 anos revelado pelo Grêmio espera estrear em "bem menos de um mês" (segundo suas próprias palavras), ou seja, ainda durante a Taça Guanabara. Ibson que se cuide, mas tenho cá minhas dúvidas a respeito do novo reforço, uma vez que ele vem de longa recuperação de uma contusão e não joga há mais de um ano. O jeito é esperar para ver. 





Nas oito rodadas da fase classificatória da Taça GB, os times do Grupo A enfrentam os do Grupo B, em um único turno. Os dois primeiros colocados de cada grupo se classificam para as semifinais deste turno (primeiro do A x segundo do B, primeiro do B x segundo do A), sendo que os primeiros colocados têm a vantagem do empate. Na decisão, num único jogo, se somente um finalista foi o primeiro colocado de A ou B, joga pelo empate. Se ambos forem primeiros colocados ou segundo colocados em seus respectivos grupos, joga pelo empate aquele que tiver o maior número de pontos. O campeão da Taça GB fica automaticamente classificado para as finais do Estadual, disputando o título em duas partidas contra o vencedor da Taça Rio, o segundo turno do campeonato. Boa sorte a todos!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

IMPERADOR DO BRASIL?



Num país como o nosso (não que isso seja um "privilégio" exclusivo) em que a corrupção é a regra, devemos sempre comemorar a condenação pela Justiça (e a consequente prisão) de 'gangsters' como, por exemplo, o bicheiro CARLINHOS CACHOEIRA, mesmo que alguns possam considerar este assunto específico "notícia velha", ainda que relacionado diretamente à postagem anterior e, por isso mesmo, digno de ser comentado.





Há alguns meses atras, quase no início deste embróglio envolvendo políticos corruptos e o citado indivíduo, o jornalista ROBERTO POMPEU DE TOLEDO escreveu um comentário a respeito em sua coluna na revista VEJA. Apesar de ter sido publicada no final de maio de 2012, há um trecho bastante relevante e irônico que eu faço questão de transcrever:

"Já que deputados e senadores não se mostram dispostos a debruçar-se sobre as falcatruas atribuídas a Carlos Cachoeira, poderiam inquiri-lo sobre sua infância, os sonhos de adolescente, os amores. A essas questões talvez ele respondesse, e isso ajudaria na decifração do enorme, crucial enigma que nos põe esse personagem: afinal, o que queria ele? Aonde queria chegar? Carlos Cachoeira, segundo o apurado até agora, herdou um ponto do bicho do pai, que por sua vez o tinha recebido do campeão do jogo do bicho carioca, o falecido Castor de Andrade.

Pois bem, A ambição do bicheiro, normalmente, não vai além de comandar uma escola de samba. Carlos Cachoeira mirou mais alto. Duplicou os negócios ilegais com os legais. Estabeleceu-se na indústria farmacêutica e, ao que tudo indica, na empreiteira de obras públicas. Ao longo do caminho, embrenhou-se entre os políticos. O bicheiro tradicional também recruta políticos, mas não mais do que para proteger suas atividades de contraventor. Cachoeira queria mais. A rede de políticos a seu serviço sugere um aparato de infiltração nas estruturas do estado. As vantagens econômicas daí decorrentes são evidentes. As portas se abrem para negócios em que o estado é o grande comprador, como a indústria farmacêutica e a empreita.

Mas isso ainda não é tudo. Talvez até seja o de menos. As gravações da Polícia Federal indicam um gosto extremado por essa substância menos palpável, que é o poder. Cachoeira vinha bem nesse quisito. O governador de Goiás, num telefonema, chama-o de "liderança". O senador Demóstenes Torres, em muitos, trata-o de "professor". Nas conversas, os políticos soam como empregados, ou como reverentes vassalos. Mas Cachoeira ainda não estava satisfeito. Numa das gravações, trata com um assesor da compra de um partido político. Há muitos à venda no país, e ele só não fechou negócio porque considerou o preço alto. Sobre a questão: por que quereria um partido político? Essa questão se desdobra em outra: aonde pretendia chegar? E esta em outra ainda: aonde chegaria, caso seu caminho não fosse cortado pelas investigações? Uma aposta razoável é que acabaria imperador do Brasil."      


[trecho de comentário publicado na revista VEJA]





POST-SCRIPTUM:






Espero que outros casos como este (principalmente nesta época de contratos entre governo e iniciativa privada para construções e reformas de estádios para a Copa do Mundo de 2014) venham à tona e que possamos assistir a outros canalhas da mesma estirpe passarem umas "férias" merecidas atrás das grades.

Fico daquí fazendo figa...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

RETROSPECTIVA 2012: JOAQUIM BARBOSA É O CARA!



Neste ano de 2012 que findou muitos assuntos foram dignos de serem considerados especialmente importantes e significativos.




Tivemos, por exemplo, os aniversários de 50 anos de carreira de Gilberto Gil e Caetano Veloso, bem como o cinquentenário dos Beatles.






E seria imperdoável esquecer o centenário de nosso grande Jorge Amado, um dos maiores baluartes da literatura brasileira (e por que não dizer universal).








Tivemos a polêmica com relação à usurpação de grande parte dos royalties decorrentes da comercialização do petróleo explorado na plataforma continental de estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo.





Tivemos a continuação dos conflitos entre populações indignadas e seus governantes tirânicos em diversos países árabes (que levou a morte do ditador Kadafi na Líbia, por exemplo), bem como entre israelenses e palestinos no Oriente Médio.







Outro que também já foi tarde é o maluco do Bin Laden, enquanto que no Brasil perdemos o genial Oscar Niemeyer, para nossa tristeza. Tivemos o "golpe" em Wall Street e a escalada da crise econômica na Europa.







Não podemos esquecer também a atuação da Comissão da Verdade que denuncia a atuação criminosa de certas autoridades durante a ditadura militar no Brasil e a colaboração com regimes de exceção de outros países da América do Sul, conforme comprovam documentos revelados pelo atual governo brasileiro referentes a assim chamada "Operação Condor".






Enfim, como dito no início desta matéria, vários acontecimentos, todos dignos de serem lembrados como excepcionalmente significativos ou indicados como os mais importantes do ano que passou.



Entretanto, em minha modesta opinião, enquanto brasileiro não posso deixar de considerar com total sinceridade, entre vários motivos mas principalmente por seu significado histórico, que nada superou o julgamento dos envolvidos no "mensalão" e, principalmente, a atuação rigorosa e implacável do juiz e atual presidente do Supremo Tribunal Federal, sua excelência o ministro JOAQUIM BARBOSA.






Juro que nunca imaginei que viveria para ver o dia em que políticos corruptos fossem condenados pela justiça brasileira! E ainda por cima perdessem seus mandatos enquanto alguns notórios caciques da politicagem tupiniquim acabassem na cadeia! Viva! (Agora só falta prender o Maluf...).



Parabéns, portanto, à atuação honrada do STF; e aproveito para declarar meu voto simbólico a este fato como o mais importante de 2012 (e quiçá da História do Brasil), enquanto fico na torcida de que o ministro Barbosa se candidate à presidência em 2014, certamente acompanhado de milhões de outros brasileiros que o elegeriam cheios de orgulho e admiração.



Se bem que, pensando melhor, corremos o risco de que seu substituto imediato na presidencia do STF, o ministro Lewandowski, não seja tão rigoroso (o que ele já deu indicações óbvias de não ser) e que tudo volte a ser como antes, ou seja, acabe sempre em "pizza". Além do mais o ministro Barbosa ainda tem um mandato a cumprir como presidente do STF e, certamente, durante este período, fará um excelente trabalho de cobrança daquela cambada de deputados e senadores em Brasília que, com raras e meritórias exceções, só está no poder para se locupletar (vai olhar no dicionário!). Além do mais, nos dias de hoje, ser presidente da república não é mais lá essas coisas em termos de capacidade para acabar com certos vícios em nossa república. Parece até que o cargo está mais para um agente de relações públicas de luxo...  



POST-SCRIPTUM:









Joaquim Barbosa nasceu em Paracatu, noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos. Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.


Foi Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serpro (1979-84).


Prestou concurso público para procurador da República, e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade da Califórnia Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16 anos de idade. Foi indicado Ministro do STF por Lula em 2003.


Joaquim Barbosa é o primeiro ministro reconhecidamente negro do STF.


[DADOS BIOGRÁFICOS OBTIDOS NA WIKIPÉDIA]