Pois é. Não bastassem os problemas pessoais - ganhar dinheiro e aturar a ex-mulher, por exemplo, entre outros menos cotados - que me levam (e a qualquer um, com certeza) a ficar de 'saco cheio', não faltam notícias absurdas no Brasil e no mundo para contribuir com a sensação de pessimismo generalizado, descontando-se algumas honrosas exceções.
Aqui no Rio, pra começo de conversa - e este é um começo dos mais inofensivos - o meu Flamengo, depois de uma campanha exemplar, passou a perder seguidamente e agora praticamente não tem chances (1%) de ganhar o Campeonato Brasileiro. E isto pouco tempo depois de uma partida memorável contra o Santos (que inclusive elogiei aqui no meu 'blog'). Acho que sou 'pé-frio'...
Por outro lado - e este sim é um lado realmente triste e vergonhoso - o Rio de Janeiro, apesar de continuar lindo, tem sido palco de tragédias e quase tragédias que poderiam e deveriam ser evitadas. Além dos bueiros que continuam explodindo, ferindo pedestres e destruindo propriedades - sem que até agora tenha-se apurado os devidos responsáveis -, tivemos há pouco tempo o caso do bondinho de Santa Teresa (um bairro onde já morei e que adoro, tendo usado o mesmo bondinho inúmeras vezes, inclusive na companhia de minhas filhas pequenas), que aparentemente perdeu o controle dos freios e sofreu um acidente lastimável, causando mortos e feridos.
Acidente este que, para variar, ainda não foi devidamente esclarecido quanto a suas causas efetivas, existindo fortes indícios de que houve negligência e descaso das autoridades com relação à manutenção do veículo, o que, se comprovado, é um verdadeiro absurdo, em se tratando de um patrimônio histórico da cidade e que atrai turistas tanto do Brasil quanto do resto do mundo.
Entre outros problemas menos badalados - mas não menos importantes - temos tido, ainda aqui no Rio, diversas greves reivindicatórias que, apesar de justas em sua origem, têm causado transtornos à população, como foi o caso dos bombeiros e, mais recentemente, dos bancários, dos correios e dos professores da rede pública.
Voltando aos casos trágicos e sinistros, assistimos ontem mesmo à história do menino de 10 anos, em São Paulo, que deu um tiro na professora com a arma do pai, policial municipal, e depois suicidou-se com um dispara contra a própria cabeça. Putz! Se bem que este não seja um caso único ou inédito: episódios em que crianças ferem-se ou mesmo matam-se (ou a irmãos ou colegas) com armas pertencentes aos pais não são raros no Brasil.
Este caso do garoto, entretanto, tem um componente macabro que lembra aquele do psicopata de Realengo (no Rio), há algum tempo atrás, e nos deixa a todos, novamente, com uma sensação de total perplexidade, superada apenas pela constatação da urgente necessidade de um maior controle das armas de fogo pelas autoridades.
Autoridades essas que, em muitos casos, estão infiltradas por bandidos, como é o caso da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ultimamente, facções de policiais corruptos que controlam a cidade através de 'milícias' tem se sentido tão seguras de sua impunidade que um destes grupos não hesitou em assassinar a juíza Patrícia Acioli com 21 tiros (!), uma vez que ela ameaçava desbaratar suas atividades criminosas e levar vários de seus membros à prisão. Espera-se ainda o esclarecimento do caso pela justiça e a punição exemplar dos culpados.
(Pelo menos por aqui ainda não nos tiraram a liberdade de expressão e o direito de reclamar...)
Agora, perplexidade mesmo e até incredulidade foram causadas pelo absurdo atentado terrorista na Noruega, há algumas semanas atrás, provocado por um louco que matou várias pessoas apenas para expor seu ponto de vista fascistóide e racista.
Ainda no palco internacional, cabe dar os parabéns aos EUA por finalmente localizarem o líder terrorista Osama Bin-Laden, apesar de, pelo menos neste item, eu concordar com certas opiniões que advogam que o mesmo deveria ter sido levado a julgamento. Porém, pensando melhor, os desdobramentos de uma execução pública - ainda que como consequência lógica de um julgamento imparcial - seriam de tal forma problemáticos que talvez a melhor solução tenha sido mesmo aquela implementada pelos militares americanos.
De qualquer maneira, isso já é notícia velha: recentes, mas muito mais preocupantes, são as que nos falam das pretensões palestinas a um estado reconhecido pela ONU sem a concretização de um acordo de paz duradouro com Israel (das duas, uma: tal iniciativa pode levar a uma escalada no conflito palestino-israelense ou então - o que seria ótimo - os caras acabam finalmente se entendendo) e o discurso do senhor Mahmoud Ahmadinejad no plenário daquelas mesmas Nações Unidas disparando acusações contra o Ocidente, sem nenhuma moral para isso, diga-se de passagem, haja vista a situação dos direitos humanos no Irã.
Para completar o panorama, a situação econômica mundial deteriora-se a passos largos, com a possível falência dos EUA, do Japão e da União Européia avizinhando-se no horizonte, enquanto organizações e grupos criminosos infiltram-se nos altos escalões de praticamente todos os governos do mundo (alguém duvida que Silvio Berlusconi ou Vladimir Putin, por exemplo, não passem de mafiosos engravatados?), controlando-os com vistas a seus interesses particulares, incluindo-se aí a Rússia, a China, a Índia, a Itália, o Japão e quantos mais se puder imaginar, dada a quantidade de denúncias de corrupção e de fraudes de todos os tipos perpetradas por seus líderes e representantes, eleitos ou não. E não nos esqueçamos do Brasil de Sarney & Cia., o qual ocupa, se não o primeiro, pelo menos um lugar de destaque neste 'ranking'.
Mas eis que um fato novo vem trazer alguma esperança e otimismo a um cenário internacional tão sombrio: a 'primavera árabe'. Tunísia, Egito e Líbia - e, esperamos, num futuro próximo, também a Síria, a Argélia, a Jordânia, o Iêmen, o Marrocos, a Arábia Saudita, o Líbano e outros - inauguraram uma nova era política no Oriente Médio e Norte da África que, com certeza, deverá mudar inexoravelmente o equilíbrio de forças naquelas regiões, assim como para melhor a qualidade de vida de suas populações - que Allah nos ouça! -, o que deve acontecer assim que governos democráticos e, principalmente, orientados por princípios laicos (ao contrário de certas ditaduras religiosas comandadas por aiatolás, por exemplo) assumirem o poder. Fico daqui na torcida.
Por fim, no meio de toda essa 'zorra', não podemos esquecer que a Copa do Mundo da Fifa está chegando e, como sempre acontece no Brasil em tais situações, as obras relacionadas ao evento estão perigosamente atrasadas, o que causa preocupação, ainda mais em meio a rumores de superfaturamento e desvio de verbas. Tá feia a coisa.
POST-SCRIPTUM:
Mas, por enquanto, vamos só curtir, porque o 'Rock in Rio' começa hoje, minha gente! Só lamento a ausência de um pouco mais de rock 'de verdade' no evento, apesar de muitas presenças memoráveis como Capital Inicial, Evanescence, Coldplay, Slipknot, Metallica, Guns & Roses, Lenny Kravitz, Elton John e Stevie Wonder, entre outros.