quinta-feira, 29 de abril de 2010

MINHA FILOSOFIA

























Ainda que só nos reste concordar com Marx, no sentido de que à filosofia caberia, antes de tudo, modificar o mundo, não há como abrir mão da reflexão neste processo, evidentemente acompanhada de ação. E uma reflexão honesta a respeito do fenômeno religioso, por exemplo, que traga uma compreensão mais ampla sobre o mesmo, sem os ranços preconceituosos do passado, em minha modesta opinião, faz-se mais que urgente nos dias de hoje, quando a ameaça real de fundamentalismos religiosos dos mais variados matizes se faz presente, bem como a atitude oposta mas paralela de negação do valor da imaginação do homem, colocada pela ultrapassada mentalidade mecanicista.

Não me considero ‘marxista’, ‘nietzscheano’, ‘hideggeriano’, ‘kantiano’ ou qualquer outro rótulo que os acadêmicos costumam imputar a si mesmos. Considero tal atitude, no mínimo, uma limitação auto-imposta que impede que se enxergue mais longe, apesar de buscar tanto em Marx, Nietzsche, Hiedegger e Kant quanto em outros grandes pensadores da humanidade, subsídios para meu aprimoramento pessoal e para uma melhor compreensão da realidade.

Entretanto, se me permito alguma identificação imediata com ‘escolas’ filosóficas seria – até certo ponto – com os pré-socráticos, verdadeiros mestres que indicaram o caminho a ser seguido, apesar da disparidade entre o pensamento (ou o pouco do mesmo que chegou até nós) de cada um de seus representantes. Mas diferença não trás, necessariamente, como consequência, exclusão de um ou de outro. Ou como diria Heráclito, “não compreendem como o divergente consigo mesmo concorda; harmonia de tensões contrárias, como de arco e lira”; ou ainda: “é preciso que de muitas coisas sejam inquiridores os homens amantes da sabedoria”.

Acima de tudo, respeito o esforço de cada sistema ou corrente filosófica ao longo da História da Filosofia na tentativa de melhor compreender o homem e o mundo. E, àqueles que têm uma visão meramente positivista ou pragmatista em relação às ciências em geral, só posso dizer que procurem situar sua perspectiva no contexto atual e verão que estão defasados em pelo menos um século, haja vista as contribuições à reflexão fornecidas pela Mecânica Quântica e pela teoria do inconsciente coletivo de Jung, por exemplo, só para ficar no reino da Física e da Psicologia.

Assim sendo, e se o objetivo é a busca da Sabedoria e não do mero acúmulo de conhecimento, acredito que, hoje mais do que nunca, uma abordagem interdisciplinar do binômio "totalidade/multiplicidade” (ainda que cônscios de sua parcialidade e relatividade) é essencial, bem como uma atitude renovada do Pensamento e a inauguração de um novo paradigma cultural que possa lidar de forma mais eficaz com o conceito de paradoxo.

O despertar da visão holística depende de uma nova abordagem não fragmentada e não reducionista do Real. Esta abordagem constitui hoje uma urgência de que estão cientes todos aqueles que desejam contribuir ativamente para a mudança de consciência que caracterizará este novo século, mudança necessária, indispensável mesmo se quisermos salvar a vida neste nosso querido planeta Terra.


quarta-feira, 28 de abril de 2010

FUTEBOL: ARTE, LAZER OU NEGÓCIO?




































[in TOQUE DE LETRA: http//lanceactivo.com.br/]


O que é o futebol? Arte, lazer, ou apenas mais uma profissão, mais um negócio lucrativo que apenas visa o resultado? Será que, quando foi criado no século XIX numa escola inglesa, o professor queria uma diversão, uma nova forma de praticar esporte, ou ele estava pensando em uma profissão?

Alguns me dirão que não estamos mais no século XIX, que hoje o futebol gera milhões de dólares e que os clubes dependem de resultados; eu responderia: e onde está a graça nisso, qual a graça de ter um futebol onde a única coisa importante é o resultado? Será esse o triste fim do futebol? Será mesmo que deixará de ser uma diversão para se tornar mais uma profissão, mais uma forma de ganhar dinheiro?

Trabalho ou lazer? Quando olhamos para o futebol, devemos olhar sob qual ótica? Será que existe platéia para assistir a uma reunião de uma grande empresa? Será que alguém paga para ver a construção de uma estrada, de um prédio? Pois qual a diferença? São homens trabalhando também, assim como os jogadores de futebol nos dias atuais.

Hoje, quando começa um jogo de futebol, tudo que se houve é “queremos profissionalismo”. Eu quero diversão, quero ver sim o jogador mais habilidoso dar 'sainha' (caneta, rolinho, depende da região), dar chapéu, drible da vaca, bicicleta, letra, calcanhar; se for para ver homens trabalhando vou a uma obra, onde muitos ganham centésimos do que os grandes jogadores ganham, trabalhando de sol a sol para dar o sustento de suas famílias.

Muito se fala em respeito, ou desrespeito, mas o que é desrespeitar o adversário? Mostrar que você é mais habilidoso do que ele é desrespeito? Fazer uma brincadeira? Ou dar pontapé, bater e depois sair aplaudido pela torcida, como muitas e muitas vezes vemos jogadores fracos fazerem e ainda saírem de campo como heróis; heróis do que?

Como diz a frase de um autor por mim desconhecido, “o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes”, ou seja, o futebol é importante sim, como diversão, como lazer e distração; não deve ou, pelo menos, não deveria ser levado tão a sério. Entretanto, deve ser reconhecida a devida importância de seu objetivo original, que é o de divertir as pessoas. Quando isso voltar a acontecer, com certeza não veremos mais pessoas morrendo e matando porque seu time perdeu.

O futebol tem que deixar de ser o 'ópio do povo', para voltar a ser no máximo a cerveja de final de semana.


POST-SCRIPTUM:




Concordo em gênero, número e grau. E você?


quarta-feira, 21 de abril de 2010

CLAUDIO ULPIANO




































No final dos anos 70, um certo professor barbudo e meio maluco pulou os muros acadêmicos e levou a filosofia para a sala de estar. O nome dele era Cláudio Ulpiano, pensador de primeiro time e principal divulgador do ideário de Gilles Deleuze no Brasil. Sem cerimônia e sem compromissos formais, Ulpiano começou a ensinar filosofia a hordas de cariocas que passaram a segui-los pelos quatro cantos da cidade. Ele não tinha um endereço certo para dar aulas: ora reunia grupos na sua própria casa, ora em espaços públicos emprestados, ora na sala de algum dos seus alunos. Em 1999, Ulpiano morreu, deixando para trás muitos órfãos, entre eles apaixonados confessos como a atriz Cláudia Abreu e o cantor Paulinho Moska.

Ulpiano era fluminense de Macaé. Nasceu em 1932 e foi criado na Tijuca. Ainda na infância, começou a flertar com a filosofia, graças à vasta biblioteca de seu pai - ele leu "O Banquete", de Platão, aos 10 anos. Era, essencialmente, um autodidata. Sua formação acadêmica só aconteceu mais tarde, em meados dos anos 70. No final da década, ele virou professor da UERJ e da UFF. E, ao mesmo tempo, iniciou os famosos grupos de estudo, que reunia toda a sorte de gente, de intelectuais a estudantes. Já no primeiro contato com o futuro marido, Sílvia teve certeza de que ele se tornaria um mestre, um guru. E assim foi. Segundo os amigos, ela tocava a parte prática da vida de Ulpiano, enquanto o filósofo se entregava a quatro coisas: pensar, ensinar, fumar e beber muito café.

(Texto de autoria de Karla Monteiro – Extraído do blog: ‘Ensinando a Filosofar’)



POST-SCRIPTUM:




PENSAMENTO, LIBERDADE E A ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA

O professor Cláudio Ulpiano explica a articulação entre os conceitos de 'pensamento' e 'liberdade' segundo o filósofo do séc. XVII Baruch Spinoza (partes I e II). A seguir faz uma exposição sobre a estética da existência na Grécia dos séculos V e IV A.C.











segunda-feira, 19 de abril de 2010

MORTE LENTA





































A humanidade consome a cada ano, de forma irresponsável, uma porcentagem cada vez maior dos recursos naturais do planeta e emite uma quantidade também crescente de dejetos e gases que contribuem para pôr em risco os ecossistemas de que todos nós dependemos.

Apesar da importância do problema, a grande maioria dos países está mais interessada na manutenção dos seus privilégios do que na preservação da Terra para as gerações futuras.

Ironicamente, três quartos da população terrestre permanecem à margem dos benefícios duvidosos oriundos dessa voracidade insustentável. Porém, o ritmo de crescimento econômico de países emergentes como a China, a Índia e o Brasil, por exemplo, demonstra nitidamente que a raça humana está enveredando por um caminho, talvez sem volta, que nos levará eventualmente a uma taxa de consumo sem precedentes e para muito além dos atuais excessos.

É urgente a necessidade de mudança de rumo, ou as riquezas naturais de nosso planeta - nossa fauna e nossa flora, nossos rios e nossos mares, nosso ar e nosso solo - certamente terão, e muito antes do que se possa imaginar, o mesmo destino irreversível previsto para os combustíveis fósseis: a extinção, seja por esgotamento ou por envenenamento. E não nos iludamos pensando que, tendo transformado a Terra numa bola de lama envolta numa atmosfera de gás tóxico, desprovida das mínimas condições para sustentar a vida, nossa espécie poderá sobreviver por muito mais tempo depois. 

Pelo menos não neste planeta...



domingo, 18 de abril de 2010

AS ORIGENS DA DC COMICS: UM RESUMO HISTÓRICO







































As revistas em quadrinhos ou 'comic books' (como são conhecidas nos EUA) têm suas origens discutidas até hoje pelos especialistas, que ainda não chegaram a um acordo sobre o assunto. A assim-chamada 'Era de Platina' (1897-1938) se inicia com o surgimento de personagens hoje clássicos como 'The Yellow Kid', 'Buster Brown', 'Little Orphan Annie', 'Mutt & Jeff', 'Bring Up Father' (no Brasil, 'Pafúncio e Marocas'), 'The Katzenjammer Kids' (no Brasil, 'Os Sobrinhos do Capitão'), 'Popeye' e 'Mickey Mouse', entre outros.






Entretanto, o fenômeno ganhou impulso considerável no início da década de 1930, no ambiente da Grande Depressão e da Lei Seca, em Nova York, com algumas editoras inicialmente publicando reimpressões das tiras diárias de jornais e distribuídas como brindes em campanhas publicitárias.







Assim foi até o advento da empresa que hoje é conhecida como DC Comics em 1935, quando esta mídia assumiu seus contornos definitivos e começou uma ascensão que culminaria na indústria milionária dos dias atuais.







O então modesto empreendimento estabeleceu suas raízes a partir da concepção visionária do lendário major Malcolm Wheeler-Nicholson, oficial de cavalaria, desportista, aventureiro e escritor de 'pulp-fiction', que concebeu a idéia de contratar criadores a fim de produzirem material original para uma nova linha de revistas. Sua companhia, a National Allied Publications, iniciou os gibis atuais com as revolucionárias ‘New Fun’ (fevereiro de 1935) e ‘New Comics’ (dezembro de 1935), que rapidamente se tornaram as líderes de um mercado emergente, sendo logo imitadas por inúmeras outras novas publicações que surgiriam a seguir.







Wheeler-Nicholson vendeu seu próspero negócio para seu distribuidor e sócio Harry Donenfeld em 1937, logo após criar ‘Detective Comics’, a primeira revista em quadrinhos americana a publicar material original dedicado a um tema único. A iniciativa foi um sucesso imediato e a editora assumiu as iniciais DC como sua marca registrada e, mais tarde, como seu próprio nome.





Sob a denominação de National Periodical Publications a empresa tornou-se em 1961 uma corporação de capital aberto, até ser vendida em 1968 para a Warner Communications Inc.. Em 1977 assumiu oficialmente o nome de DC Comics e atualmente é uma subsidiária da Warner Bros., que por sua vez é uma divisão da AOL-Time-Warner, o maior conglomerado de mídia do mundo.







Ao longo de todas estas mudanças, entretanto, a DC manteve sua própria identidade criativa e seus personagens principais (Superman, Batman, Mulher-Maravilha e Liga da Justiça, entre outros) ainda hoje gozam de um reconhecimento mundial raramente igualado por aqueles publicados por outras editoras na indústria de quadrinhos, com a notável exceção da Marvel Comics.







Já na edição inaugural do quarto título a ser lançado pela editora, batizado como ‘Action Comics’, em 1938 (ano em que se convencionou ser o início da 'Era de Ouro' dos quadrinhos nos EUA), era apresentado aos leitores um novo personagem chamado Superman (ou Super-Homem, como foi conhecido no Brasil por vários anos), criado por dois rapazes judeus de Cleveland, o roteirista Jerry Siegel e o desenhista Joe Shuster, ambos com apenas 19 anos, na época.








Apesar de precedido cronologicamente por diversos heróis bastante populares - na velha tradição dos 'pulps' de décadas anteriores onde surgiram o Zorro, o Sombra (The Shadow), Doc Savage e Tarzan - e de importância fundamental para a história dos 'comics' de ação e aventura como Dick Tracy (de Chester Gould, em 1931), Flash Gordon (de Alex Raymond, em 1934) e Príncipe Valente (Prince Valiant, de Hal Foster, em 1937) ou Mandrake e Fantasma (The Phantom), criados respectivamente em 1934 e 1936 pelo genial Lee Falk, todos eles originários das tiras diárias de jornal, além de alguns outros poucos 'mystery men', como eram chamados tais personagens à época, obscuros e irrelevantes, criados diretamente para os gibis, tais como Dr. Occult (‘New Fun’ #6, de 1935), também de Siegel & Shuster, o Homem de Aço, talvez por suas inéditas características sobre-humanas, é considerado o primeiro entre os super-heróis, um gênero que definiria a indústria pelas décadas seguintes, inaugurando uma nova era nas histórias-em-quadrinhos. Tanto que, após a publicação de seu número 4, as vendas de ‘Action Comics’ já se aproximavam da surpreendente marca de meio milhão de cópias por mês, mais que o dobro da média atingida pelas outras publicações do ramo na época.









Entretanto, o protótipo definitivo do Superman parece ter sido um personagem criado por Phillip Wylie em seus romances de ficção-científica 'The Gladiator' (1930) e 'The Savage Gentleman' (1932). Aparentemente, o super-herói tinha se tornado uma necessidade histórica nos Estados Unidos, com o aumento da criminalidade e a ascenção ao poder na Europa de ditaduras fascistas. Na visão dos editores e criadores dos 'pulps' e 'comics' daquela época, somente homens com poderes sobre-humanos poderiam combater tais ameaças.












Em maio de 1939, ‘Detective Comics’ #27 trazia a primeira aparição do personagem criado por Bob Kane e Bill Finger, então chamado The Bat-Man (o Homem-Morcego), o segundo numa série de figuras arquetípicas que os 'comics' estabeleceram como contribuição para o que se poderia chamar de mitologia moderna. Diferente do Superman, o Cavaleiro das Trevas era apresentado como um homem normal que deliberadamente desenvolvera suas habilidades naturais com o objetivo de combater o crime, vindo eventualmente a tornar-se o protótipo dos super-heróis de maior complexidade psicológica dos dias atuais.









Batman também teve seus antecessores nos 'pulps', sendo que os mais óbvios são The Shadow (O Sombra) e Black Bat (Morcego Negro), ambos criaturas da noite, assim como Doc Savage que, com seu arsenal de equipamentos científicos e 'modus operandi' detetivesco, seguramente inspirou toda a bat-parnafernália, como o cinto de utilidades, o batmóvel e a bat-caverna.









A revolução desencadeada nos quadrinhos de então com a introdução destes dois personagens iria inspirar uma legião de imitadores, mas a DC permaneceria como a líder no ramo. Em janeiro de 1940 ela lançou as primeiras versões de The Flash, o homem mais rápido do mundo, e de Hawkman (publicados no Brasil como Joel Ciclone e Falcão da Noite, respectivamente), ambos em ‘Flash Comics’ #1, além do fantasmagórico The Spectre (O Espectro), em ‘More Fun Comics’ #51, este também criado pela mesma dupla Siegel & Shuster de Superman, porém sem o mesmo sucesso. Ainda em 1940, ‘All-Star Comics’ #3 inaugurava um novo conceito com a introdução da Justice Society of America (Sociedade da Justiça da América), a primeira assembléia de super-heróis reunidos em uma única estória.








A DC continuou inovando com o lançamento do primeiro super-herói adolescente, apresentado em ‘Detective Comics’ #38 (abril de 1940) e batizado como Robin the Boy-Wonder (o Menino-Prodígio). Criado pelo desenhista Jerry Robinson para ser o parceiro-mirim de Batman, apesar da compreensível resistência inicial ao personagem (obviamente incômodo sob vários aspectos) por parte do criador do Homem-Morcego, Bob Kane - vencido afinal pelo estrondoso sucesso de vendas da “dupla dinâmica”, que dobrou a tiragem da revista -, Robin pode ser considerado como a primeira jogada de 'marketing' bem-sucedida no mundo dos quadrinhos, gerado como foi a partir de uma intervenção editorial objetivando atrair um público-alvo específico, ou seja, os leitores mais jovens.









Outro marco que definiu o pioneirismo da editora foi o lançamento da primeira super-heroína dos quadrinhos, Wonder Woman (Mulher-Maravilha), criada pelo psicólogo William Moulton-Marston (curiosamente também o inventor de um método para a avaliação objetiva de certas alterações fisiológicas, utilizado posteriormente na aplicação prática dos aparelhos 'detectores de mentiras'), sob o pseudônimo de Charles Moulton, e que apareceu pela primeira vez na revista ‘All-Star Comics’ #8, de dezembro de 1941.






Outros personagens de destaque lançados pela DC na época foram Crimson Avenger em ‘Detective Comics’ #20, de 1938; o Sandman original em ‘Adventure Comics’ #40, de 1939; The Atom e Green Lantern (o primeiro Lanterna Verde) em ‘All-American Comics’ #10 e 16, respectivamente, bem como Dr. Fate (conhecido no Brasil como Senhor Destino) em ‘More Fun Comics’ #55 e Hourman (Homem-Hora) em ‘Adventure Comics’ #48, todas de 1940; Dr. Mid-Nite (Doutor Meia-Noite) em ‘All-American Comics’ #25 e Starman em ‘Adventure Comics’ #61, de 1941; Aquaman e Green Arrow (Arqueiro Verde), ambos em ‘More Fun Comics’ #73 de 1941; Wildcat (o Pantera) e Mr. Terrific (Senhor Incrível), ambos em ‘Sensation Comics’ #1, de 1942; e Black Canary (Canário Negro) em ‘Flash Comics’ #86 de 1947, além de Johnny Quick, Liberty Belle, Vigilante, Shining Knight, Star-Spangled Kid, etc.







Apesar da euforia inicial presente nos primeiros anos da indústria dos quadrinhos, a qual só fez crescer pelo menos até o fim da Segunda Guerra Mundial, no início dos anos 1950 a popularidade dos heróis fantasiados estava em franca decadência.







Por volta de 1954 os únicos sobreviventes da DC no mercado editorial eram os eternos Superman, Batman e Mulher-Maravilha, e o único que lhes fizera frente, chegando mesmo a superá-los em vendas num determinado momento, tinha sido o Capitão Marvel (por incrível que pareça, sem qualquer relação com a Marvel Comics que, inclusive, tinha outro nome, na época). O popular concorrente, entretanto, parou de ser publicado pela editora Fawcett em 1953 após exaustiva batalha judicial com a DC, que o acusava de ser um plágio do Superman.








Apesar do golpe baixo desferido contra o adversário, a mesma DC viria a se redimir com o mesmo, ainda que parcialmente, quando adquiriu os direitos de publicação do personagem na década de 1970, incluindo-o em seu panteão heróico e voltando a publicá-lo regularmente durante algum tempo, restituindo-lhe, assim, mesmo que tardiamente, um pouco de sua antiga e merecida glória, porém sem o brilho de outrora. Sua grande hora só chegaria em ‘Kingdom Come’ (Reino do Amanhã), obra-prima de Mark Waid e Alex Ross, de 1996.










Neste ínterim, em meados dos anos 1960, a Marvel Comics iniciara a publicação de outro personagem totalmente diferente, criado por Stan Lee, mas também batizado como Capitão Marvel. Em decorrência da negligência, por parte dos proprietários do personagem original, na manutenção de seus direitos legais, não havia impedimento a que aquela editora (ainda mais com o agravante de se chamar ‘Marvel’) solicitasse o registro do nome para uso em outro contexto, principalmente tendo um vínculo tradicional com o termo desde o início da década de 1940 quando, ainda com o nome de Timely, publicou pela primeira vez um gibi chamado ‘Marvel Mystery Comics’.









Tal fato, inclusive, proíbe legalmente a DC Comics de, ainda que detentora dos direitos de publicação do Capitão Marvel original, estampar o nome do personagem no título de qualquer revista, prerrogativa exclusiva da Marvel Comics para uso com seu outro Capitão Marvel; a DC usa, por sua vez, a palavra-mágica ‘Shazam!’ (sobre a qual detém os direitos legais), nos eventuais títulos protagonizados pelo clássico super-herói criado por Bill Parker e C. C. Beck, em 1940, para o primeiro número da revista ‘Whiz Comics’, publicada pela editora Fawcett’s Publishing.








A crise que se abateu sobre a indústria dos quadrinhos nos EUA, a partir do fim da guerra, em 1945, e até o início da década de 1950, foi particularmente severa para o gênero de super-heróis. A DC, porém, estava bem preparada para enfrentar o revés e continuou a produzir outros gêneros com o mesmo entusiasmo de sempre.





Nesta época foram lançados títulos de ficção-científica como ‘Strange Adventures’ (1950) e ‘Mystery in Space’ (1951), histórias de amor adolescente como ‘Girl's Romance’ (1950) e ‘Heart Throbs’ (1957), westerns como ‘All-Star Western’ (1951), e títulos de terror como ‘House of Mystery’ (1951) e ‘House of Secrets’ (1956). Seu grande concorrente e líder de vendas nos gêneros de terror, guerra e ficção científica era a legendária EC Comics (que publicava também a satírica ‘MAD’, hoje sob responsabilidade da DC), pelo menos até 1955, quando suspendeu a publicação de sua linha de gibis por conta da campanha difamatória iniciada pelo psicólogo Frederic Wertham e das restrições impostas pelo 'Comics Code Authority'.







Em meados daquela década, com a renovação do interesse pelos super-heróis, a DC permaneceu a frente do mercado ao criar novas versões para seus clássicos personagens da chamada “Era de Ouro” (1938-1945), agora sintonizadas a uma realidade mais atual, a da corrida espacial, revitalizando desta forma a indústria e dando início ao que hoje se convencionou chamar “Era de Prata” (1956-1969).







Um novo Flash estreou em ‘Showcase’ #4 (outubro de 1956), enquanto que Lanterna Verde foi repaginado com fortes doses de ficção-científica (ao contrário de seu antecessor cujos poderes eram baseados na magia) em ‘Showcase’ #22 (outubro de 1959). Um Hawkman modernizado (agora rebatizado como Gavião Negro em terras tupiniquins) lançou-se novamente ao ar em ‘The Brave & The Bold’ #34 (março de 1961) e um transformado The Atom (Eléktron, no Brasil), sempre o menor dos heróis, mas agora capaz de realmente encolher a si próprio, retornou em ‘Showcase’ #34 (março de 1961). Supergirl, a jovem prima do Superman, surgiu em suas próprias aventuras em ‘Action Comics’ #252 (maio de 1959).







Mas o maior sucesso veio da reciclagem do conceito de super-grupo, campeão de vendas na década de 1940 com a Sociedade da Justiça: em março de 1960 estreou em ‘Showcase’ #28 (e retornou nos números 29 e 30) a Justice League of America, composta inicialmente por Flash, Lanterna Verde, Mulher Maravilha, Aquaman e Caçador de Marte (Martian Manhunter), também conhecido no Brasil como Ajax, o Marciano. A repercussão no mercado de quadrinhos foi tão grande que no fim daquele ano a Liga da Justiça já tinha sua própria revista.








Inspirado pela aceitação do público a esta nova investida da DC, Stan Lee, como ele mesmo admitiu posteriormente, e seu editor Martin Goodman, resolveram retomar a publicação de gibis de super-heróis na Marvel Comics com o lançamento de Fantastic Four (Quarteto Fantático) em novembro de 1961, seguidos por Hulk, Homem-Aranha, Thor, Homem de Ferro, Demolidor e Os Vingadores, entre outros, reacendendo desta forma a antiga competição entre as duas editoras pioneiras no gênero.






Nestes tempos de renovação, séries e personagens inéditos, adaptados a um mercado diferente daquele dos primeiros anos, também emergiram em profusão na DC, como por exemplo: Captain Comet, Martian Manhunter, Metal Men, Animal Man, Phantom Stranger, Elongated Man, Doom Patrol, Challengers of the Unknown, Legion of Super-Heroes, Superboy, Adam Strange, Metamorpho, etc.








Mesmo quando este renovado gosto dos leitores pelos super-heróis da DC ameaçou diminuir em meados da década de 1960 a editora continuou se renovando. Com uma original abordagem do heroísmo, combinando em suas aventuras a ação tradicional com um toque de humor contemporâneo, surgiu em 1964, na revista ‘The Brave & The Bold’ #54, The Teen Titans (Turma Titã), um dos primeiros super-grupos adolescentes dos quadrinhos.






O interesse crescente daquela geração pelo sobrenatural incentivou a criação de diversos títulos no gênero, incluindo ‘Witching Hour’ (fevereiro de 1969) e o relançamento de ‘House of Mystery’ (maio/junho de 1968).






Fantasia, ação e drama épico se combinaram na complexa saga criada por Jack Kirby conhecida como The Fourth World (O Quarto Mundo), composto pelos títulos ‘New Gods’ (Novos Deuses), ‘Forever People’ (Povo da Eternidade) – ambas de 1971 – e ‘Mister Miracle’ (Senhor Milagre), de 1972, bem como pelas estórias produzidas por Kirby para Jimmy Olsen e uma renovada Legião Jovem (The Newsboy Legion) a partir da revista ‘Superman's Pal Jimmy Olsen’ #133, de outubro de 1970. Algumas de suas outras criações para a DC, na época, apesar de não conectados à saga do Quarto Mundo, foram memoráveis, como por exemplo: The Demon, Kamandi, OMACAtlas, Kobra e uma nova encarnação do Sandman da Era de Ouro (diferente daquela desenvolvida posteriormente por Neil Gaiman para o selo VERTIGO), todas infelizmente de curta duração.







 foi o início da publicação do Monstro do Pântano (Swamp Thing), criação de Len Wein e Berni Wrightson, em ‘House of Secrets’ #92 (junho/julho de 1971), um personagem de terror que viria a se tornar antológico nos anos 1980 por conta do talento do escritor Alan Moore que, ao assumir o título ‘Saga of the Swamp Thing’ a partir do seu número 20 (segunda série), introduziu novos e originais elementos à origem da criatura, tornando-a protagonista de uma trágica busca pelo sentido de sua própria existência.







Em 1976, a DC Comics e sua rival, a Marvel Comics, juntaram-se numa parceria até então inédita para publicar o que seria o primeiro de muitos outros encontros entre seus personagens ao longo dos anos: Superman e Homem-Aranha uniram-se numa edição especial em formato tablóide que foi sucesso de vendas e chamou a atenção da imprensa na época. Posteriormente os dois voltaram a se encontrar, e novos encontros foram produzidos, estrelados por 'Batman & Hulk' e 'Novos Titãs & X-Men'.









Uma prometida parceria entre a Liga da Justiça e os Vingadores, em 1983, foi abortada em seus estágios iniciais por desentendimentos entre os chefões de ambas as editoras e não chegou a ser publicado, apesar de algumas páginas da história já terem sido desenhadas por George Perez. Entretanto, a partir de 1994, as novas administrações então no comando das duas empresas resolveram tentar de novo e mais encontros entre personagens foram produzidos, notadamente o mega-evento ‘Marvel versus DC’, em 4 edições, onde o resultado das lutas entre os heróis eram decididos pelos leitores através de votação telefônica. Nem é preciso dizer que foi um sucesso de vendas, ainda que não de crítica, pois abriu mão da lógica na resolução de alguns conflitos por ter de submeter-se ao resultado de uma eleição apoiada majoritariamente na popularidade dos personagens e na preferência subjetiva dos fãs.









Finalmente, em 2003, o tão aguardado ‘cross-over’ entre os Vingadores e a Liga da Justiça foi concretizado numa minissérie em 4 partes, magistralmente escrita por Kurt Busiek e desenhada pelo mestre George Perez, que sintetizava em suas páginas praticamente quatro décadas de história dos dois grupos, repleta de detalhes e referências que homenageavam tanto os personagens quanto seus leitores.









A DC adentrou os anos 1980 demonstrando estar sintonizada com precisão ao espírito da época ao relançar uma versão atualizada de seu grupo de heróis adolescentes, então rebatizados como ‘The New Teen Titans’ (no Brasil, Os Novos Titãs), pelas mãos de Marv Wolfman e George Perez, um grande sucesso tanto comercial quanto de critica.










Em seu cinqüentenário, no ano de 1985, a editora resolveu renovar toda a sua linha super-heróica com uma espetacular minissérie de 12 edições chamada ‘Crisis on Infinite Earths’ (Crise nas Infinitas Terras), que visava “arrumar a casa" - assim como a posterior ‘Zero Hour: Crisis in Time’, em cinco partes, de 1994 - simplificando o complexo universo ficcional criado durante seu meio século de existência, povoado por diversas realidades paralelas convivendo entre si e mantidas separadas por “diferenças vibratórias” do espaço-tempo.






Apesar de tais iniciativas terem cumprido seu objetivo com relativo sucesso, mais de vinte anos depois novas "crises" viriam a ocorrer: ‘Infinite Crisis’ (publicada entre 2006 e 2007), desta vez, porém, com a intenção diametralmente oposta de trazer de volta o fascinante conceito de "multiverso" a um público mais sofisticado e, de certa forma, já acostumado a tais exercícios de imaginação em decorrência da maciça divulgação e disseminação das mais bizarras especulações dos físicos teóricos; e ‘Final Crisis’ (publicada entre 2008 e 2009), esta colocando, definitiva e merecidamente, os Novos Deuses de Jack Kirby numa posição de fundamental importância dentro da mitologia de seu universo ficcional e estabelecendo Darkseid com o seu vilão-mor.









O ano seguinte à publicação de Crise nas Infinitas Terras foi um novo marco histórico. Em 1986 um Batman redefinido apareceu na saga em quatro partes ‘The Dark Knight Returns’ (A Volta do Cavaleiro das Trevas), com texto e arte de Frank Miller - o primeiro gibi a receber maciça cobertura jornalística da mídia americana e de uma forma até então inédita -, influenciando inequívoca e profundamente toda a indústria dos quadrinhos a partir daí por sua abordagem crua e realista de uma Gotham City ambientada num futuro não tão distante em que um Homem-Morcego envelhecido e atormentado pela decadência social e violência urbana que tomaram conta de seu mundo resolve lançar mão de métodos mais contundentes e eficazes contra seus inimigos.






Neste mesmo ano novas fronteiras foram ultrapassadas no campo da fantasia e da ficção científica com a universalmente aclamada série fechada ‘Watchmen’, em 12 partes, fruto dos talentos combinados de Alan Moore e Dave Gibbons. Considerada por muitos como uma das mais importantes HQs de todos os tempos e a obra definitiva com temática envolvendo a mitologia dos super-heróis, ‘Watchmen’ é o gibi que mais prêmios recebeu em todos os tempos, incluindo o cobiçado Hugo, da World Science Fiction Convention (Convenção Mundial de Ficção Científica), a maior láurea do gênero, concedida até então pelos especialistas somente a obras exclusivamente literárias, além de ter sido incluído pela revista ‘Times’ em sua lista das 100 melhores obras já escritas em língua inglesa de todos os tempos.






Outro marco artístico do mesmo calibre foi a série – iniciada em 1989 e planejada para durar exatas 75 edições – que apresentava um novo e reformulado ‘Sandman’, na realidade a divindade chamada Morpheus, o senhor da dimensão dos sonhos e um dos Sete Perpétuos (Dream, Death, Desire, Delirium, Despair, Destuction & Destiny; em português, Sonho, Morte, Desejo, Delírio, Desespero, Destruição e Destino), responsáveis por vários aspectos da realidade física, psicológica e espiritual do universo, da autoria de Neil Gaiman. ‘Sandman’ também faz parte do fechado clube de histórias-em-quadrinhos a ter honrarias de literatura "séria" por ter recebido o World Fantasy Award for Best Short Story (Prêmio Mundial de Fantasia por Melhor Estória Curta) em 1990, entre outros prêmios internacionais.







Em 1987 a DC deu continuidade ao processo de revitalização de seus personagens com versões modernizadas de Superman e da Mulher Maravilha (sob a responsabilidade de John Byrne e George Perez, respectivamente), bem como da drasticamente transformada e rebatizada 'Justice League International' (pelo talento da dupla J. M. DeMatteis e Keith Giffen, que introduziram, de forma bem-sucedida, fartas doses de humor e relações interpessoais aos personagens da série), seguidos por Hawkman, Flash, Green Lantern e outros.




Os anos 1990 não foram particularmente interessantes para a DC, exceto por algumas notáveis exceções, entre elas a já citada e excepcional minissérie ‘Kingdom Come’ (Reino do Amanhã), de 1996, escrita de forma inspirada por Mark Waid e narrada visualmente pela arte hiperrealista do talentoso Alex Ross, que apresentava um futuro distópico onde os descendentes e sucessores dos heróis da velha-guarda estão mais interessados em brigar entre si do que em proteger a humanidade, o que desperta o medo e a desconfiança na população e governos humanos, que por sua vez resolvem eliminar a suposta ameaça de forma definitiva apelando a seus arsenais nucleares, e cuja trama era centrada em Superman, Batman, Mulher Maravilha, Capitão Marvel e o Espectro.








Outro destaque nesta década foi um evento que sacudiu o universo ficcional da editora e o mercado de quadrinhos em todo o mundo: a morte do Superman (que eventualmente ressuscitou, evidentemente, no melhor estilo das divindades), em 1993. A maior jogada de 'marketing' já vista até então nos 'comics' atraiu a atenção de jornais e emissoras de TV por toda parte dos EUA e de outros países, bem como dos leitores, e rendeu uma saga que durou vários meses, além de milhões de exemplares vendidos dos quatro títulos mensais em que o Homem de Aço era publicado na época. Uma conseqüência inesperada deste evento foi o de ter inaugurado um novo ‘cliché’ num gênero já saturado dos mesmos: a morte e a ressurreição de personagens, algo que, a partir de então, tornou-se lugar-comum entre os super-heróis.











Em agosto de 2004 uma nova saga trouxe de volta à DC a atenção dos holofotes da mídia jornalística quando foi publicada a primeira edição da minissérie ‘Identity Crisis’ (Crise de Identidade), um capítulo sombrio no passado da Liga da Justiça em que os autores Brad Meltzer (texto) e Rags Morales (desenhos) – inegavelmente influenciados pelo marco criativo e quase profético que foi ‘Watchmen’ há mais de 20 anos atrás e que continua atual (haja vista a competente adaptação cinematográfica realizada em 2009 pelo diretor Zack Snyder, que também adaptou a ‘graphic novel’ 300, de Frank Miller, para o cinema) – nos permitem um olhar diferente e mais próximo da louca realidade que seria um mundo onde seres super-poderosos convivem com meros mortais, quando, numa trama detetivesca cheia de reviravoltas e surpresas, vira de cabeça para baixo o universo dos heróis da DC Comics, entre eles os ícones Superman, Batman e Mulher-Maravilha, alterando de forma radical, a partir daí, a forma como os leitores estavam acostumados a encarar esses personagens.










Eventualmente uma nova proposta editorial foi apresentada pela DC através da linha ‘All-Stars’, onde criadores consagrados no ramo apresentariam suas versões pessoais de personagens consagrados da editora, desvinculados da cronologia oficial, em minisséries de 12 edições. Até o momento, os únicos contemplados pela iniciativa foram o Homem de Aço e o Cavaleiro das Trevas, com o anúncio de uma futura inclusão da Mulher-Maravilha. ‘All-Star Batman & Robin’, apesar de produzidos pelos medalhões Frank Miller e Jim Lee, foi recebido com reservas pelos leitores e pela crítica especializada, quase não chegando a ser concluída. Já ‘All-Star Superman’, da autoria de Grant Morrison e Frank Quietely, foi um estrondoso sucesso e desde já é considerado um clássico no gênero.







Outros lançamentos da editora que merecem ser citados são a série contida ‘52’, que foi publicada justamente ao longo de 52 semanas consecutivas e que envolveu em sua trama praticamente todos os super-seres de seu universo ficcional, e a segunda encarnação da minissérie ‘Trinity’ (Trindade), protagonizada pelos carros-chefes da DC Superman, Batman e Mulher Maravilha e escrita pelo veterano Kurt Busiek, a qual, apesar da premissa interessante, parece ter sido proposital e desnecessariamente 'esticada', o que inegavelmente comprometeu a qualidade da mesma. Também digno de nota destaca-se o trabalho que o ex-roteirista de Hollywood Geoff Johns realizou nas séries regulares de Superman, Lanterna Verde e da renovada Sociedade da Justiça, bem como em minisséries como 'Legion of Three Worlds' (Legião de Três Mundos), e a recente fase de Batman, de responsabilidade do polêmico e surpreendente Grant Morrison.








Paralelamente a sua principal linha de produção, direcionada a uma ampla audiência popular, a editora sempre experimentou novos formatos e propostas com vistas a atrair um público mais sofisticado e exigente. A linha VERTIGO há muito vem alargando a definição de ‘comic book’ ao incluir cada vez mais material adulto de qualidade entre seus produtos, como a excelente 'John Constantine - Hellblazer' (infelizmente adaptada de forma sofrível para o cinema), ou projetos autorais como as aclamadas séries publicadas nos anos 90, ‘The Invisibles’ (Os Invisíveis) de Grant Morrison, ‘Preacher’, de Garth Ennis, e ‘Transmetropolitan’, de Warren Ellis, por exemplo, ou a controversa e contundente ‘V for Vendetta’ (V de Vingança), de Alan Moore, em 1988.







Licenciada em mais de 40 países e traduzida para pelo menos 20 línguas, a DC Comics é uma empresa vital e em constante crescimento, cuja abordagem inovadora da mídia que ela ajudou a criar permitiu à mesma se manter na linha de frente da indústria dos quadrinhos tanto criativa quanto comercialmente, tendo, inclusive recentemente reformulado sua linha editorial, bem como seu olimpo de personagens super-poderosos (por exemplo, o Superman agora usa calças; a sunga vermelha se foi...), numa competente jogada de 'marketing' com o objetivo de atingir as novas gerações.










POST-SCRIPTUM:



Fontes de consulta e pesquisa:


- 'THE OVERSTREET COMIC BOOK PRICE GUIDE', de Robert M. Overstreet e Gary M. Carter (Gemstone Publishing)


- 'NOSSOS DEUSES SÃO SUPER-HERÓIS' (OUR GODS WEAR SPANDEX), de Christopher Knowles e J. M. Linsner (Editora Cultrix)


- 'ALTER EGO', periódico sobre a história das HQ e de seus criadores, editada por Roy Thomas (TwoMorrows Publishing)